Sistemas
Educativos/ Organização e Avaliação
Ficha de leitura/Resumo
Avaliação Externa das Escolas 2009-2010 • Relatório - Inspeçãor-iGeral
da Educação
Este
Programa, com incidência nas escolas públicas que oferecem a educação
pré-escolar e os ensinos básico e secundário, tem sido desenvolvido no quadro
da Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, que aprovou o sistema de
avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e
secundário e definiu orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação
externa.
Através
de um melhor conhecimento de cada escola, em particular, e do serviço
educativo, em geral, pretende-se incentivar práticas de autoavaliação, promover
uma ética profissional marcada pela responsabilidade, fomentar a participação
social na vida escolar e contribuir para que as crianças e os jovens encontrem
nas escolas espaços educativos que os sirvam cada vez melhor.
Este
relatório integra sete capítulos:
-
o primeiro possui informação sobre a metodologia e o quadro de referência;
-
o segundo trata as classificações atribuídas nos cinco domínios em avaliação;
-
o terceiro analisa as considerações finais dos relatórios de escola, ensaiando
uma visão estratégica, assinalando os pontos fortes e os pontos fracos e
enunciando as oportunidades e os constrangimentos que se colocam à ação da
escola;
-
o quarto oferece uma primeira caracterização do lugar atribuído à educação
pré-escolar e ao primeiro ciclo do ensino básico nos relatórios de escola;
-
o quinto aborda aspetos da articulação entre a avaliação externa e a
autoavaliação das escolas;
-
o sexto é dedicado ao tratamento de elementos para a avaliação do Programa, na
perspectiva das escolas avaliadas este ano e dos próprios avaliadores;
-
o sétimo capítulo sumaria as perspectivas de desenvolvimento do Programa em
2010-2011 e a preparação de um novo ciclo de avaliação.
Objetivos
e quadro de referência da avaliação externa
Os
objetivos da avaliação externa das escolas foram sintetizados do seguinte modo:
•
Fomentar nas escolas uma interpelação sistemática sobre a qualidade das suas
práticas e dos seus resultados;
•
Articular os contributos da avaliação externa com a cultura e os dispositivos
da autoavaliação das escolas;
•
Reforçar a capacidade das escolas para desenvolverem a sua autonomia;
•
Concorrer para a regulação do funcionamento do sistema educativo;
•
Contribuir para o melhor conhecimento das escolas e do serviço público de
educação, fomentando a participação social na vida das escolas.
A
construção destes objetivos centra na escola a finalidade e a utilidade da
avaliação externa. A escola é o primeiro destinatário e a unidade central de
análise, pois a avaliação externa pretende, antes de mais, constituir-se como
um instrumento útil para a melhoria e o desenvolvimento de cada escola.
Quadro
de referência da avaliação externa das escolas (o modelo da European
Foundation for Quality Management (EFQM) e a metodologia desenvolvida pela
Inspecção de Educação Escocesa em How Good is Our School.)
Este
quadro de referência, define o que se quer avaliar e organiza-se em cinco
domínios:
•
Resultado.
•
Prestação do serviço educativo.
•
Organização e gestão escolar.
•
Liderança.
•
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola.
Cada
um destes cinco domínios é estruturado por um conjunto de fatores:
1.
Resultados
1.1
Sucesso académico
1.2
Participação e desenvolvimento cívico
1.3
Comportamento e disciplina
1.4
Valorização e impacto das aprendizagens
2.
Prestação do serviço educativo
2.1
Articulação e sequencialidade
2.2
Acompanhamento da prática letiva em sala de aula
2.3
Diferenciação e apoios
2.4
Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
3.
Organização e gestão escolar
3.1
Conceção, planeamento e desenvolvimento da atividade
3.2
Gestão dos recursos humanos
3.3
Gestão dos recursos materiais e financeiros
3.4
Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
3.5
Equidade e justiça
4.
Liderança
4.1
Visão e estratégia
4.2
Motivação e empenho
4.3
Abertura à inovação
4.4
Parcerias, protocolos e projetos
5.
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola
5.1
Autoavaliação
5.2
Sustentabilidade do progresso
A
avaliação externa enquanto modalidade de heteroavaliação – SIADAP 1
-
Lei n.º 66-B/2007,
de 28 de Dezembro
-
Despacho n.º 20131/2008, de 30 de Julho, (estabelece as percentagens
máximas para a atribuição das classificações de Excelente e de Muito
Bom na avaliação dos docentes).
Notas
metodológicas
Equipas
de avaliação
A
avaliação de cada escola foi realizada por uma equipa constituída por dois
inspetores e um avaliador externo à IGE, na sua grande maioria docentes e
investigadores do ensino superior.
Na
fase de preparação, a equipa de avaliação trata os dados estatísticos
designadamente: séries de resultados dos alunos da escola na avaliação interna,
nas provas de aferição e nos exames nacionais dos ensinos básico e secundário;
taxas de transição/retenção e de abandono; idade média dos alunos por ano de
escolaridade; alunos com auxílios económicos concedidos no âmbito da Ação Social
Escolar; acesso dos alunos às tecnologias de informação e comunicação;
profissões e habilitações dos pais e das mães (MISI@) e GAVE).
Estes
dados, permitem à equipa caracterizar o contexto social, económico e cultural
das famílias dos alunos da escola e a evolução dos resultados escolares nos
últimos anos, são complementados pela informação recolhida no texto Apresentação
da escola, expressamente elaborado pela escola para efeito da avaliação.
São ainda analisados outros documentos de orientação estratégica, previamente
fornecidos pela Direção à equipa de avaliação ou por esta solicitados aquando
da visita: Projeto Educativo, Regulamento Interno, Plano Anual de Atividades
e Projeto Curricular de Escola.
É
reconhecida a importância do acesso a informação sistemática sobre as escolas,
especialmente, a informação de contexto.
Procedimentos
1º
- Foi divulgada a lista de escolas em avaliação no ano letivo seguinte e as
escolas foram convidadas a começar a preparação.
2º
- A delegação regional da IGE informou com antecedência da data da visita da
equipa de avaliação externa à escola e solicitou o envio de documentação.
3º
-A equipa permaneceu na escola dois ou três dias, consoante se trate de uma
escola não agrupada ou de um agrupamento de escolas.
4º-
Sessão de apresentação da escola, feita pela Direção perante as entidades suas
convidadas e a equipa de avaliação externa, marca o início do trabalho na
escola. São agendadas as visitas aos vários pólos.
5º
- Recolha de dados por análise documental, por observação direta e
complementados com a audição, através de entrevistas em painel, de vários atores
internos e externos da escola: alunos, pais, docentes, trabalhadores não
docentes, autarcas e outros parceiros da escola em processo de avaliação.
Cruzamento
de fontes, métodos e olhares
Esta
modalidade de avaliação combina fontes e processos de recolha de informação: as
bases de dados estatísticas nacionais; os documentos que instituem as opções da
escola; a observação direta de instalações, serviços e situações do quotidiano
escolar; os testemunhos dos vários atores internos e externos à escola.
Relatórios
de escola
Os
relatórios de cada escola ou agrupamento de escolas contêm cinco capítulos – Introdução,
Caracterização
da Escola/Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Fator
e
Considerações Finais.
Na
apresentação de cada relatório, formula-se um voto e um convite: «Espera-se
que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa
oportunidade de melhoria para o(a) agrupamento/ escola, constituindo este
relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a
avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de
planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a
Administração Educativa e com a comunidade em que se insere.»
Escala
de classificação
Os
relatórios de escola incluem a atribuição de classificações nos cinco domínios
que estruturam a avaliação externa. Estas classificações resultam da aplicação
de uma escala de quatro níveis, previamente definida e divulgada:
Muito
Bom (MB)
– Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base
em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspetos
menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e
a sua ação tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
Bom
(B)
– A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma ação intencional e
frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As atuações
positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa
individuais. As ações desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na
melhoria dos resultados dos alunos.
Suficiente
(S)
– Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma ação com
alguns aspetos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As ações de
aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas
limitadas da escola. No entanto, essas ações têm um impacto positivo na
melhoria dos resultados dos alunos.
Insuficientes
(I) – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos
fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve
suficientes ações positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida,
podendo existir alguns aspetos positivos, mas pouco relevantes para o
desempenho global. As ações desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado
na melhoria dos resultados dos alunos.
Interação
com as escolas
As
delegações regionais da IGE promovem, em cada ano letivo, uma reunião com a
Direção das escolas em avaliação, tendo em vista a melhor preparação do
processo. Por outro lado, após conhecimento da versão final do relatório por
parte da escola, efetua-se uma sessão de trabalho com cada uma das escolas que
obtiveram uma ou mais classificações de Insuficiente, visando incentivar
a preparação de planos de melhoria, a ser acompanhados pela respetiva Direção
Regional de Educação.
Divulgação
No
cumprimento de um dos objetivos da avaliação externa, a IGE tem divulgado
a documentação fundamental desta atividade através da publicação do texto
integral dos relatórios e do eventual contraditório apresentado pela
escola e da página da IGE.
As
escolas promovem uma divulgação interna e local.
Importa
ainda referir que, a IGE participou e apresentou comunicações em múltiplos
seminários, conferências e outras iniciativas de reflexão e debate.
Classificações
dos domínios
À
semelhança dos anos anteriores, o nível de Bom é preponderante nas
avaliações atribuídas em quatro dos cinco domínios, constituindo o domínio Capacidade
de autorregulação e melhoria da escola a exceção, ao registar um equilíbrio
entre as classificações de Bom e de Suficiente, respetivamente
46% e 47%.
Os
domínios Organização e gestão escolar e Liderança evidenciam
também uma percentagem bastante significativa de classificações de Muito Bom,
constituindo a segunda classificação mais atribuída. Já os domínios Prestação
do serviço educativo e Resultados apresentam como classificação de
segunda ordem de importância o Suficiente.
O
domínio Capacidade de autorregulação e melhoria da escola assume uma
distribuição de classificações diferente dos restantes domínios, ao registar,
para além do equilíbrio entre as classificações de Bom e Suficiente,
uma expressão reduzida de classificações de Muito Bom e a maior
representação de classificações de Insuficiente (3%).
A
análise por nível de classificação, em cada um dos domínios, permite concluir:
•
a avaliação de Muito Bom constitui a classificação de segunda ordem mais
representativa em dois domínios: Liderança (36%) e Organização e
gestão escolar (29%). Nos domínios Resultados,
Prestação
do serviço educativo e
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola a classificação de Muito
Bom corresponde ao terceiro nível mais atribuído, embora assuma para os
dois primeiros domínios uma expressão mais significativa, entre 12% e 13%,
contrapondo aos 4% de escolas avaliadas com esta classificação no último
domínio;
•
em quatro dos cinco domínios, a avaliação de Bom representa a
classificação atribuída à maioria das escolas avaliadas, tendo-se registado um
máximo de 211 escolas (70%) com esta menção qualitativa no domínio Prestação
do serviço educativo. Os domínios Resultados, Organização e gestão
escolar e Liderança apresentam esta classificação em mais de 50% das
escolas avaliadas, respetivamente 64%, 63% e 56%. Apenas no domínio Capacidade
de autorregulação e melhoria da escola a classificação de Bom assume
segunda ordem de importância (46%);
•
a avaliação de Suficiente tem a sua expressão mais significativa no
domínio Capacidade de auto-
-regulação
e melhoria da escola ao
corresponder à classificação atribuída a 47% das escolas avaliadas. No domínio Resultados
esta classificação representa, aproximadamente, um quarto das escolas avaliadas
(24%). Já os restantes domínios, Organização e gestão escolar, Liderança
e Prestação do serviço educativo evidenciam um peso da
classificação de Suficiente consideravelmente inferior, situada entre 8%
e 17%;
•
a avaliação de Insuficiente apenas assume valores superiores a 1% no
domínio Capacidade de auto--regulação e melhoria da escola, tendo-se
registado esta classificação em 8 escolas (3%). No domínio Resultados
há apenas uma escola com classificação de Insuficiente. Os restantes
domínios não apresentam qualquer escola com esta classificação.
PONTOS
FORTES E PONTOS FRACOS, OPORTUNIDADES E CONSTRANGIMENTOS
APRESENTADOS
NOS RELATÓRIOS DE ESCOLA
Neste
âmbito, entende-se por:
•
Pontos fortes – os atributos da organização que ajudam a alcançar os
seus objetivos;
•
Pontos fracos – os atributos da organização que prejudicam o cumprimento
dos seus objetivos;
•
Oportunidades – as condições ou possibilidades externas à organização
que poderão favorecer o cumprimento dos seus objetivos;
•
Constrangimentos – as condições ou possibilidades externas à organização
que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objetivos.
Os
pontos fortes e os pontos fracos, assim como as oportunidades e os
constrangimentos, são apresentados sob a forma de asserções que expressam o que
as equipas de avaliadores pretendem realçar, numa perspectiva estratégica.
As
asserções relativas a pontos fortes (55%) superam, em quantidade, as que se
referem a pontos fracos (45%). Não existe uma relação linear entre o número de
asserções aqui categorizadas e a valoração da prestação das escolas nos
diferentes domínios e fatores. Contudo, a distribuição da sua frequência denota
a perceção das equipas de avaliação sobre a realidade da escola avaliada.
Pontos
fortes
Nos
pontos fortes, salienta-se que é no domínio Liderança (32%) que se
regista o valor mais elevado de atributos positivos das escolas, seguindo-se o
domínio Resultados onde também se assinalam valores significativos
(26%). As asserções relativas à Prestação do serviço educativo e à Organização
e gestão escolar reúnem valores de 22% no primeiro domínio e de 18% no
segundo. Quanto à Capacidade de autorregulação e melhoria da escola regista-se
um resultado muito inferior ao dos restantes domínios (2%).
Pontos
fracos
Nos
pontos fracos, a expressão mais elevada corresponde ao domínio Prestação do
serviço educativo (35%), seguindo-se o domínio Resultados, com um
valor de 24%.
Nos
domínios Organização e gestão escolar e Capacidade de autorregulação
e melhoria da escola registam-se, respetivamente, 17% e 15% de atributos
menos positivos e, por último, no domínio Liderança, assinalam-se apenas
9% de pontos fracos.
Domínio
Resultados
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
o fator Sucesso académico diferencia-se dos restantes por reunir um
número bastante elevado de asserções conotadas quer com pontos fortes, quer com
pontos fracos, com uma ligeira vantagem dos primeiros. As referências a pontos
fortes reportam-se essencialmente aos bons resultados escolares dos alunos e às
medidas adotadas pelas escolas na prevenção do abandono escolar.
Os
pontos fracos dizem respeito à redução da qualidade do sucesso na avaliação
externa (provas de aferição e exames nacionais) e às baixas taxas de transição
e de conclusão no ensino básico;
•
no fator Comportamento e disciplina são assinalados mais pontos fortes
do que fracos, registando-se asserções positivas relacionadas com o apreço da
comunidade escolar pelas atitudes e comportamentos dos alunos e o bom ambiente
educativo, favorável ao processo de ensino e aprendizagem. Por outro lado, os
pontos fracos recaem sobre a existência de comportamentos inadequados por parte
dos alunos e sobre a carência de estratégias eficazes desencadeadas pela escola
para controlo da indisciplina;
•
no fator Participação e desenvolvimento cívico, os pontos fracos
superaram ligeiramente os pontos fortes, observando-se asserções relacionadas
com a falta de envolvimento dos alunos nas questões relativas ao quotidiano
escolar, o que não favorece o desenvolvimento e a assunção de uma cidadania
responsável;
•
o fator Valorização e impacto das aprendizagens é o que apresenta menos
asserções, sendo o número de pontos fracos muito reduzido.
Domínio
Prestação do serviço educativo
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
os fatores Articulação e sequencialidade e Acompanhamento da prática
letiva em sala de aula apresentam um elevado número de pontos fracos, que
superam significativamente os pontos fortes, destacando-se as
referências à insuficiente articulação curricular entre os ciclos de
escolaridade e entre as práticas pedagógicas – o que não favorece o
desenvolvimento do currículo de forma articulada ao longo do ensino básico
–, bem como à inexistência de estratégias de acompanhamento da atividade
letiva em sala de aula e de monitorização da aplicação dos critérios de
avaliação dos alunos;
•
em sentido oposto, nos fatores Diferenciação e apoios e Abrangência
do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem predominam as
asserções referentes a pontos fortes, destacando-se a adequação das
modalidades de apoio proporcionadas aos alunos com necessidades educativas especiais,
ou com dificuldades de aprendizagem, assim como a diversidade de atividades e
projetos desenvolvidos com reflexos na qualidade das aprendizagens dos
alunos.
Domínio
Organização e gestão escolar
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
no fator Conceção, planeamento e desenvolvimento da atividade existem
mais asserções conotadas com pontos fracos do que com pontos fortes,
salientando-se a falta de coerência entre os documentos estruturantes da
escola, ou a sua inexistência, bem como a falta de envolvimento da comunidade
educativa na sua conceção e elaboração;
•
no fator Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa,
o número de pontos fortes é superior ao de pontos fracos, recolhendo asserções
relativas ao impacto positivo das intervenções dos encarregados de educação na
vida da escola e às ações eficazes desencadeadas pelas escolas para
envolvimento dos pais e outros parceiros. Esta tendência verifica-se,
igualmente, no fator Gestão dos recursos humanos em que a gestão cuidada
dos recursos humanos, a valorização das competências pessoais e profissionais e
a coerência entre o plano de formação do pessoal docente e não docente e as
necessidades identificadas, constituem exemplos de asserções conotadas com
pontos fortes;
•
o fator Gestão dos recursos materiais e financeiros reúne igual número
de asserções relacionadas com pontos fortes e com pontos fracos, destacando-se,
nas primeiras, a qualidade dos espaços físicos e o investimento nos recursos
tecnológicos e, nas segundas, a inadequada rentabilização dos recursos, a
escassez de equipamentos de laboratório, assim como a não realização, de modo regular,
de exercícios de prevenção e segurança;
•
no fator Equidade e justiça, o número de pontos fracos identificado foi
muito reduzido.
Domínio
Liderança
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
as asserções relativas a pontos fortes predominam em todos os fatores,
destacando-se o da Motivação e empenho, designadamente a motivação e o
empenho do pessoal docente e não docente e o espírito de equipa dos
responsáveis dos diferentes órgãos e estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica;
•
os pontos fortes são também muito frequentes nos fatores Parcerias,
protocolos e projetos e Visão e estratégia, com referências no
primeiro fator, à rede de parcerias e projetos com impacto na melhoria das
condições de prestação do serviço educativo e no acréscimo de oportunidades de
aprendizagem e, no segundo fator, à existência de uma visão e de uma estratégia
consistentes com uma oferta educativa e formativa que atenda às necessidades
dos alunos e da comunidade. Neste último fator regista-se, ainda, um elevado
número de pontos fracos, salientando-se a ausência de metas quantificadas nos
documentos estratégicos, o que não promove a orientação dos profissionais para
os resultados e para a avaliação dos progressos.
Domínio
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
a frequência de pontos fracos no fator Autoavaliação é muito superior à
de pontos fortes, com incidência na fragilidade dos processos – falta de
abrangência e consistência , e na insuficiente participação da comunidade
educativa na autoavaliação da escola e na elaboração e implementação de planos
de melhoria;
•
as asserções relacionadas com a Sustentabilidade do progresso têm uma
expressão muito reduzida, embora o número de pontos fracos assinalados supere
também o número de pontos fortes.
Pontos
fortes e pontos fracos mais relevantes
Verifica-se
que os fatores Sucesso académico e Motivação e empenho reuniram
mais asserções relativas a pontos fortes. No que respeita a pontos fracos,
foram os fatores Sucesso académico, Articulação e sequencialidade e
Autoavaliação que recolheram o maior número de asserções.
Os
fatores Parcerias, protocolos e projetos, Visão e estratégia, Diferenciação
e apoios, Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem,
Comportamento e disciplina e Participação dos pais e outros elementos da
comunidade educativa receberam asserções relacionadas com pontos fortes.
Aos fatores marcadamente positivos contrapõem-se os de Acompanhamento da
prática letiva em sala de aula, Conceção, planeamento e desenvolvimento da
atividade e Visão e estratégia, aos quais foram atribuídas,
asserções como expressão de pontos fracos.
Refira-se
que o fator Motivação e empenho têm sido, ao longo dos quatro anos de
desenvolvimento do Programa de Avaliação Externa das Escolas, o que tem
registado os valores mais elevados de asserções relacionadas com pontos fortes.
Quanto
ao fator Sucesso académico, é de assinalar que o número de asserções
positivas e negativas, que constam dos relatórios de escola, tem vindo a
aumentar ao longo da aplicação do Programa, o que denota a importância que as
equipas de avaliação atribuem aos resultados académicos.
Oportunidades
e constrangimentos
As
oportunidades e os constrangimentos foram classificados em categorias de
análise construídas a partir da respetiva análise de conteúdo.
Foram
utilizadas as seguintes categorias no que concerne às oportunidades: Autarquia,
Contextos (socioeconómico, cultural, educativo, desportivo e ambiental), Imagem
na comunidade educativa, Oferta educativa, Projetos, programas e
parcerias, Rede escolar e acessibilidade, Recursos humanos e Tecido
empresarial e mercado de trabalho. Por seu turno, nos constrangimentos,
constituíram referência as categorias: Contextos (socioeconómico, cultural,
educativo, desportivo e ambiental), Imagem na comunidade educativa,
Rede escolar e acessibilidade e Recursos humanos.
Oportunidades
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
o maior número de oportunidades identificadas diz respeito à categoria Rede
escolar e acessibilidade, designadamente a construção de centros escolares,
a renovação e a beneficiação dos espaços escolares e a disponibilização de
recursos informáticos no âmbito do Plano Tecnológico da Educação;
•
a categoria Projetos, programas e parcerias obtém o segundo lugar no
número de asserções relativas a oportunidades, incidindo em aspetos como o
alargamento de parcerias com instituições do ensino superior, para o
desenvolvimento de processos de autoavaliação, e a celebração de protocolos e
parcerias com serviços locais e com empresas da região, visando encontrar soluções
conjuntas para problemas de natureza social e de integração escolar;
•
as categorias Oferta educativa e Contextos (socioeconómico, cultural,
educativo, desportivo e ambiental) registam asserções que remetem, no
primeiro caso, para a criação de cursos profissionalizantes e para o
alargamento da oferta formativa e, no segundo, para as potencialidades das
instituições de cariz económico, social e cultural existentes no meio
envolvente e dos habitats naturais existentes nas proximidades do
agrupamento de escolas:
•
pelo contrário, as categorias Recursos humanos e Imagem na comunidade
educativa reuniram um número pouco significativo de referências.
Constrangimentos
Os
aspetos a assinalar são os seguintes:
•
o maior número de constrangimentos registados remete para a categoria Rede
escolar e acessibilidade, com referências à sobrelotação de alguns
estabelecimentos de educação e ensino e à insuficiência de salas para a
educação pré-escolar, o que se repercute na existência de crianças em lista de
espera. A inadequação dos espaços físicos para o desenvolvimento das Atividades
de Enriquecimento Curricular e da Componente de Apoio à Família é também
apontada frequentemente como um constrangimento, tal como acontece com a
distância entre os estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo e
com a inexistência de transportes que permitam o acesso aos equipamentos, aos
recursos e às atividades educativas do Agrupamento;
•
na categoria Recursos humanos foram assinaladas asserções relacionadas
com a falta de psicólogos escolares, com o número reduzido de assistentes
operacionais e com a mobilidade do corpo docente, situações que se refletem na
prestação do serviço educativo;
•
as categorias Contextos e Imagem na comunidade educativa reuniram
um número muito reduzido de asserções.
Considerações
gerais sobre a avaliação de domínios e fatores e a análise das asserções
Domínio
Resultados
O
domínio Resultados acentua a relevância das aprendizagens dos alunos e
questiona a escola sobre o conhecimento e o modo como garante esses resultados:
são considerados não apenas os resultados académicos, mas também a participação
cívica dos alunos na vida da escola, o comportamento e disciplina e a
valorização e impacto das aprendizagens.
Constata-se
que as classificações de Bom são predominantes em todos os fatores deste
domínio. Porém, no Sucesso académico regista-se uma proximidade de valores
entre as classificações de Bom e de Suficiente. As equipas de
avaliação atribuem um lugar de destaque a este fator, apresentando os
relatórios de escola um número elevado de asserções distribuídas
equilibradamente por pontos fortes e por pontos fracos. Como aspetos mais
positivos foram referidos os bons resultados escolares dos alunos e as medidas
adotadas pelas escolas na prevenção do abandono escolar. Por seu turno, os
baixos resultados na avaliação externa e as baixas taxas de transição e conclusão
no ensino básico são frequentemente referenciados como fragilidades.
Regista-se
ainda que nos fatores Comportamento e disciplina e Valorização e
impacto das aprendizagens o número de asserções conotadas com pontos fortes
foi bastante superior às associadas com pontos fracos, destacando-se, no
primeiro fator, o apreço da comunidade escolar pelas atitudes e comportamentos
dos alunos e o bom ambiente educativo favorável ao processo de ensino e
aprendizagem e, no segundo, a diversificação da oferta educativa e a
valorização das aprendizagens, bem como a elevada satisfação da
comunidade relativamente ao serviço prestado.
No
fator Participação e desenvolvimento cívico, apesar da predominância de
classificações de Bom, as asserções relacionadas com pontos fracos superaram
ligeiramente as que estão associadas aos pontos fortes. A fraca participação
dos alunos no quotidiano escolar e a inexistência de procedimentos sistemáticos
de auscultação dos alunos foram dos aspetos mais referidos.
Domínio
Prestação do serviço educativo
O
domínio Prestação do serviço educativo é o que tem uma relação mais
próxima com os resultados educativos, pois questiona a organização pedagógica
da escola e permite identificar algumas questões centrais do seu quotidiano.
Estas prendem-se essencialmente com a diferenciação do ensino em função das
necessidades dos alunos, com o acompanhamento das práticas docentes em sala de
aula, com o desenvolvimento de práticas ativas e experimentais e com a
coordenação do trabalho pedagógico.
Constata-se
que, sendo este o domínio com maior incidência de classificações de Bom,
é também aquele que apresenta uma distribuição de classificações mais
heterogénea quando considerados os seus fatores.
A
Diferenciação e apoios e a Abrangência do currículo e valorização dos
saberes e da aprendizagem recolhem avaliações muito positivas, com a
correspondente predominância de pontos fortes, quer ao nível da
adequação das modalidades de apoio educativo proporcionadas aos alunos com
necessidades educativas especiais e com necessidades de aprendizagem,
quer na cooperação entre docentes na referenciação e no acompanhamento
dos alunos com necessidades educativas especiais.
Por
seu turno, no fator Articulação e sequencialidade, apesar de
predominarem as classificações de Bom, as de Suficiente têm
também um valor significativo. Porém, já no que respeita às asserções
verifica-se que os pontos fracos superam claramente os pontos fortes. A este
respeito, foram identificadas debilidades ao nível da articulação curricular
entre os ciclos de escolaridade e entre as práticas pedagógicas.
Quanto
aos pontos fortes, destaca-se o trabalho de articulação curricular ao nível das
competências transversais a privilegiar ao longo dos ciclos.
Neste
domínio, apenas no fator Acompanhamento da prática letiva em sala de aula foram
atribuídas mais classificações de Suficiente do que de Bom,
apesar de se tratar de uma diferença pouco expressiva.
Tal
como no fator anterior, também neste o valor das asserções conotadas com pontos
fracos é bastante elevado. Estas referem-se maioritariamente à inexistência ou
incipiência de práticas de acompanhamento, monitorização e observação direta da
atividade letiva em sala de aula.
Domínio
Organização e gestão escolar
O
domínio Organização e gestão escolar avalia o modo como a escola se
organiza e como são geridos e otimizados os seus recursos, como promove a
participação dos pais e como assegura a equidade e a justiça aos seus alunos.
As classificações do domínio e da totalidade dos fatores foram bastante
positivas.
Contudo,
é de assinalar a predominância de pontos fracos no fator Conceção,
planeamento e desenvolvimento da atividade, particularmente quanto à pouca
coerência entre os documentos estruturantes da escola e à falta de
envolvimento da comunidade educativa na sua conceção.
Apesar
do sentido muito positivo das classificações do fator Gestão dos recursos
materiais e financeiros, assinala-se que os pontos fortes e os pontos
fracos se equilibram. Assim, às asserções sobre a qualidade dos espaços físicos
e o investimento nos recursos tecnológicos, contrapõem-se as relativas à inadequada
rentabilização dos recursos ou à escassez de equipamentos de laboratório.
Quanto
aos fatores Gestão dos recursos humanos, Participação dos pais e
outros elementos da comunidade educativa e Equidade e justiça,
assinala-se a predominância de pontos fortes no que respeita às asserções,
sendo a sua expressão mais reduzida no último fator.
Domínio
Liderança
No
domínio Liderança, procura-se conhecer que visão e que estratégia estão
subjacentes à organização e gestão da escola, a motivação e o empenho dos seus
atores, a abertura da escola à inovação e o desenvolvimento de parcerias e de
projetos.
O
bom desempenho das escolas neste domínio é evidenciado pela predominância das
classificações de Bom em todos os seus fatores, sendo ainda de sublinhar
o peso das classificações de Muito Bom no fator Parcerias, protocolos
e projetos, que se manifesta em aspetos relacionados com o seu impacto na
melhoria das condições de prestação do serviço educativo e na multiplicação das
oportunidades de aprendizagem.
Também
o fator Motivação e empenho regista valores elevados das melhores
classificações, o que se traduz num número muito significativo de asserções
conotadas com pontos fortes, de que são exemplo o espírito de equipa dos
responsáveis dos diferentes órgãos e estruturas e o contributo do pessoal
docente e não docente para a promoção de um bom clima educativo.
Quanto
ao fator Visão e estratégia, não deixando de ser relevante a frequência
de classificações de Muito Bom e Bom, a que corresponde um
elevado número de asserções conotadas com pontos fortes, verifica-se igualmente
a existência de um número muito significativo de pontos fracos. Assim, enquanto
os primeiros se referem à oferta educativa e formativa que atende às
necessidades dos alunos e da comunidade, previne o abandono escolar e promove a
empregabilidade, os segundos manifestam-se na inexistência de metas
quantificadas nos documentos estratégicos e na falta de uma visão prospetiva
para a escola.
Domínio
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola
O
domínio Capacidade de autorregulação e melhoria da escola centra-se na
forma como a escola garante o controlo e a melhoria dos resultados, através da
diversificação dos dispositivos de monitorização e de regulação, com realce
para a autoavaliação.
As
classificações de Suficiente e de Bom neste domínio apresentam-se
muito equilibradas com uma ligeira predominância das primeiras, situação que se
repete ao nível dos fatores. É também o domínio onde se registam algumas
classificações de Insuficiente.
No
fator Autoavaliação foi sinalizado um número significativo de pontos
fracos, designadamente a fragilidade do processo, ainda pouco estruturado,
participado e com um reduzido impacto, e a falta de abrangência e consistência
das práticas de autorregulação. Os pontos fortes tiveram escassa expressão,
sendo de assinalar situações em que a consolidação, a abrangência e a
participação nos processos de autoavaliação têm efeitos na melhoria da
prestação do serviço educativo e da organização da escola.
Já
no fator Sustentabilidade do progresso apenas os pontos fracos têm
alguma expressão, incidindo sobre a falta de uma estratégia global de melhoria
e sobre a dificuldade em definir um plano estratégico exequível.
A
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E O 1.º CICLODO ENSINO BÁSICO NO S RELATÓRIOS DE ESCOLA
Os
jardins-de-infância e as escolas básicas do 1.º ciclo integram os agrupamentos
de escolas que oferecem a educação pré-escolar, o ensino básico e, em alguns
casos, o ensino secundário. Tal facto levou a que as dinâmicas organizacionais
e pedagógicas evoluíssem e ganhassem outras dimensões: abertura das escolas e
jardins-de-infância ao exterior; integração dos docentes em órgãos de
administração e gestão e em estruturas de coordenação e supervisão pedagógica
de âmbito mais vasto; projetos educativos e curriculares comuns; aposta na
sequencialidade das aprendizagens; partilha de culturas profissionais
distintas, de recursos, entre outros aspetos.
Ao
dirigir-se aos agrupamentos de escolas e escolas básicas integradas, os
relatórios de avaliação externa não deixam de referir-se às diversas unidades
educativas plenamente integradas nas dinâmicas de conjunto. Procura-se, assim,
neste capítulo, efetuar um percurso inverso e destacar as especificidades
detetadas quanto à realidade dos jardins-de-infância e das escolas básicas do
1.º ciclo.
A
educação pré-escolar
Domínio
Resultados
De
acordo com a maior parte dos relatórios analisados, os jardins-de-infância
possuem práticas de registo descritivo das aprendizagens individuais e de grupo
das crianças, reportando-se às áreas de conteúdo das Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Procedem a registos de observação
das crianças e à construção de portefólios e grelhas, contendo as evidências
dos progressos e das aprendizagens que servem de base à avaliação. O
conhecimento, pelos pais e encarregados de educação dos progressos e
aprendizagens das crianças, é transmitido oralmente e por escrito, e apreendido
através da observação dos trabalhos produzidos individualmente. Esta
transmissão de informação ocorre em ritmo trimestral, bianual ou anual.
Os
agrupamentos tendem a utilizar instrumentos comuns de registo, elaborados pelos
departamentos da educação pré-escolar e partilhados pelos educadores de
infância, na maior parte dos quais são monitorizados os progressos das
crianças, com base nos dados constantes nos registos efetuados.
Constata-se
que alguns projetos curriculares de grupo são elaborados tendo em conta
competências definidas para este nível de educação em documentos orientadores
dos respetivos agrupamentos.
Alguns
relatórios de escola fazem referência à atribuição de menções qualitativas às
aprendizagens das crianças, o que não se coaduna com os princípios gerais
estabelecidos para a educação pré-escolar.
O
envolvimento das crianças nas atividades passa pela sua participação nas
rotinas diárias e semanais, na avaliação também diária e semanal das atividades,
no desempenho de tarefas e na assunção de responsabilidades relacionadas com o
trabalho diário. São também frequentemente envolvidas em atividades orientadas
para a interiorização de valores de cidadania, designadamente ao nível da
proteção do meio ambiente, da paz, da solidariedade e da tolerância. Os relatórios
destacam estratégias de valorização das aprendizagens das crianças,
designadamente, a exposição dos trabalhos realizados, a sua divulgação à
comunidade através de mostras temáticas, de concursos, da publicação em jornais
escolares e em blogues, bem como de atuações musicais e teatrais.
Domínio
Prestação do serviço educativo
Neste
domínio, é assinalada a existência e o desenvolvimento de práticas de articulação
interdepartamental, cuja consistência é particularmente expressiva entre a
educação pré-escolar e o 1.º ciclo, sendo ainda referidas, pontualmente,
algumas articulações com os departamentos curriculares de Matemática e Ciências
Experimentais, de Línguas e de Expressões. É referida com muita frequência a
interação com as Bibliotecas Escolares/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE),
no âmbito das atividades do Plano Nacional de Leitura para o desenvolvimento da
articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo.
A
nível interdepartamental há uma tendência crescente para a construção de
documentos comuns de planificação do trabalho individual e de avaliação dos
progressos das crianças. Também a esse nível, ganham relevo as práticas de
planificação conjunta e a supervisão das atividades de animação socioeducativa,
que necessitam, no entanto, de melhoria. Neste contexto, destaca-se ainda a
integração de educadores de infância em equipas multidisciplinares constituídas
para a definição de estratégias de articulação pedagógica. Vai também
adquirindo consistência a realização de reuniões de trabalho de todos os
docentes da mesma unidade educativa, incluindo o coordenador de escola ou de
estabelecimento.
Os
relatórios contêm frequentes alusões às dificuldades sentidas pelos
agrupamentos na integração, de modo articulado, no Plano de Atividades,
das atividades dos jardins-de-infância, subsistindo situações de separação
entre as diferentes realidades educativas.
Estes
documentos evidenciam ainda o trabalho conjunto e articulado dos educadores em
sede de departamento da educação pré-escolar e das suas subestruturas (designadamente,
o conselho de docentes da educação pré-escolar em cada jardim-de-infância) com
vista à organização das atividades educativas e à análise dos progressos das
crianças. Existem práticas, embora pouco generalizadas, de análise dos projetos
curriculares de grupo que funcionam como instrumentos reguladores do desenvolvimento
do currículo, constatando-se, no entanto, que a organização do currículo na
educação pré-escolar carece de reflexão conjunta que abranja todas as áreas de
conteúdo previstas nas Orientações Curriculares.
Verificam-se
práticas efetivas que asseguram a sequencialidade entre a educação pré-escolar
e o 1.º ciclo, concretizadas na realização de reuniões conjuntas entre os
educadores de infância e os professores do 1.º ciclo, para transmissão de
informação sobre as crianças, incluindo os projetos curriculares de grupo, e na
participação dos educadores de infância na constituição de turmas do 1.º ano de
escolaridade.
Apesar
da existência de projetos comuns e de atividades conjuntas – facilitados pela
partilha de espaços –,bem como de atividades específicas, intencionalmente
organizadas, subsistem situações em que a sequencialidade curricular entre a
educação pré-escolar e o 1.º ciclo não se encontra devidamente assegurada.
Embora
não existam práticas generalizadas de supervisão em sala de atividades, o
acompanhamento da prática letiva é feito ao nível do departamento curricular
pelo respectivo coordenador em reuniões periódicas em que se procede à
avaliação e reorientação das práticas pedagógicas.
A
referenciação das dificuldades e necessidades educativas das crianças assenta
no trabalho de diversos intervenientes – famílias, educadores, serviços de
saúde, equipas de intervenção precoce, comissões de proteção de crianças e
jovens e instituições da sociedade civil – que operam em rede, com vista à
definição das medidas de apoio e de encaminhamento adequadas e à construção dos
programas educativos individuais. É de destacar, neste contexto, a importância
crescente das unidades de ensino estruturado, orientadas para responder a
problemáticas específicas das crianças. A avaliação da eficácia das medidas
implementadas surge, em termos globais, como um aspeto menos consistente da
atividade dos jardins-de-infância, estando, no entanto, adstrita a alguns processos,
como por exemplo, o desenvolvimento dos programas educativos individuais.
A
dinamização de diversas ações, designadamente de atividades no âmbito do Plano
Nacional de Leitura, de atividades artísticas e expressivas, inclusive
desenvolvidas na componente de animação socioeducativa, e ainda de iniciativas
como a iniciação ao Inglês e atividades experimentais, constituem oportunidades
de incentivo e estímulo às aprendizagens de âmbito cultural e científico.
Domínio
Organização e gestão escolar
Os
documentos estruturantes da ação educativa dos agrupamentos tendem a definir
linhas orientadoras comuns para as diversas unidades educativas, que servem de
suporte à articulação e sequencialidade entre os diversos níveis de educação e
ensino, pese embora a persistência de planos de atividades distintos para cada
unidade educativa. Salienta-se o facto de os documentos de âmbito curricular do
agrupamento não integrarem as dinâmicas curriculares dos jardins-de-infância,
bem como a persistência de planos de atividades distintos ou de planos
organizados ao nível do agrupamento, mas apresentados de forma compartimentada.
Há
uma grande diversidade de situações no que respeita à coerência entre os
diversos documentos orientadores e os projetos curriculares de grupo, quer
entre agrupamentos, quer no seio de cada agrupamento, afetando a construção do
currículo. No entanto, os documentos orientadores da generalidade dos
agrupamentos contemplam orientações para a construção dos projetos curriculares
de grupo.
A
formação contínua dos docentes tem-se efetivado no âmbito da operacionalização
das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e são referidas
ações de formação para o pessoal não docente no âmbito do atendimento às
crianças com necessidades educativas especiais.
Subsistem
assimetrias significativas nas instalações ao serviço da educação pré-escolar,
coexistindo edifícios recentemente construídos e bem equipados – designadamente
centros escolares – e edifícios com condições degradadas, com carência de
espaços específicos para a realização da componente de apoio à família ou
desadequados às exigências do currículo. Os constrangimentos no acesso à
frequência dos jardins-de-infância, patentes na existência de listas de espera,
reforçam as assimetrias no acesso a este nível de educação.
As
questões de segurança e de controlo de entradas e saídas, assinaladas nos
relatórios, são alvo de atenção por parte dos responsáveis escolares.
Subsistem, no entanto, muitas situações de jardins-de-infância sem planos de
segurança internos aprovados ou testados. São ainda referidas fragilidades como
sejam a escassez de equipamentos informáticos nos jardins-de-infância e a
inexistência ou dificuldades na ligação à Internet. Os agrupamentos têm
implementado mecanismos que permitem o acesso dos jardins-de-infância aos
recursos comuns – designadamente no âmbito das ciências experimentais, do
acervo bibliográfico e do equipamento informático –, bem como circuitos
estáveis de circulação da informação.
Na
educação pré-escolar regista-se um elevado grau de participação dos pais e
encarregados de educação na vida dos jardins-de-infância, seja em reuniões e
participação nos órgãos, seja em iniciativas previstas no Plano de Atividades e
nos projetos curriculares de grupo, como por exemplo, as que integram o Plano
Nacional de Leitura. As associações de pais e encarregados de educação têm um
importante papel na organização das atividades de animação e de apoio à
família.
A
criação de condições propícias à participação das crianças em atividades conjuntas
no âmbito do agrupamento é igualmente realçada nos relatórios. No entanto,
assinalam-se, também, constrangimentos na disponibilização de transportes
escolares. Regista-se a existência de medidas de integração de crianças
pertencentes a minorias étnicas ou crianças estrangeiras.
Domínio
Liderança
Os
relatórios salientam o papel do coordenador do departamento curricular da
educação pré-escolar, do coordenador de estabelecimento e da Direção do
agrupamento no desenvolvimento de mecanismos de apoio aos docentes, bem como no
estabelecimento dos diversos níveis de autonomia, visando a ultrapassagem dos
constrangimentos que decorrem da distância geográfica entre as diversas
unidades educativas.
As
autarquias constituem-se como os parceiros mais referidos na interação com os
agrupamentos e as unidades educativas, designadamente, na manutenção dos
edifícios, espaços e equipamentos, na organização de atividades de animação e
de apoio à família, na disponibilização de transportes, no apoio a projetos e
na cedência de instalações, subsistindo ainda problemas na resposta a algumas
solicitações.
São
também referidas, no âmbito do estabelecimento de parcerias e protocolos e do
desenvolvimento de projetos comuns, as equipas de saúde escolar, bem como
instituições da rede social e associações desportivas.
Domínio
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola
Os
relatórios referem que as equipas de autoavaliação, quando existem, integram
docentes dos diferentes níveis e ciclos de educação e ensino. Contudo, não explicitam,
de modo autónomo, o envolvimento dos educadores e dos jardins-de-infância nos
processos de autorregulação e melhoria, havendo algumas referências à aplicação
de questionários de satisfação que abrangem todos os níveis de educação e
ensino.
O
1.º ciclo do ensino básico
Também
no que respeita ao 1.º ciclo do ensino básico, a informação foi organizada
considerando os cinco domínios em avaliação.
Domínio
Resultados
Os
agrupamentos de escolas procedem à análise dos resultados académicos dos seus
alunos, numa perspectiva anual e trienal, apurando a tendência evolutiva dos
mesmos e, nalgumas situações, comparando-os com as médias nacionais. Esta
análise é feita numa perspectiva de ciclo e de ano de escolaridade, em sede de
conselhos de ano, de Departamento Curricular do 1.º ciclo e de Conselho
Pedagógico.
Os
agrupamentos analisam os resultados das provas de aferição de Língua Portuguesa
e de Matemática e comparam-nos com o histórico do agrupamento. Procede-se,
ainda, à comparação dos resultados das provas de aferição com os resultados
internos. De acordo com os relatórios, há casos em que não se evidenciam
práticas de análise e comparação de resultados académicos, facto que limita o
conhecimento consistente e abrangente dos mesmos. São ainda referidas situações
em que, da reflexão sobre os resultados académicos, têm resultado alterações ao
nível da organização e gestão pedagógica e uma reformulação de práticas
letivas, havendo referências frequentes à realização de provas internas de
aferição nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
No
que diz respeito à identificação pelas escolas dos fatores de insucesso, são
mencionados constrangimentos e fatores externos, como sejam a sobrelotação das
escolas, alunos oriundos de meios socioeconómicos desfavorecidos, entre outros.
É mencionado o trabalho sistemático de monitorização do abandono escolar e o
desenvolvimento de ações articuladas com instituições públicas e da sociedade
civil, com vista à deteção precoce de situações de risco e à prevenção das mesmas,
sendo o abandono escolar no 1.º ciclo referido como residual.
Há
práticas de envolvimento dos alunos no planeamento das atividades,
designadamente, a dinamização de assembleias de turma e de reuniões entre
coordenadores de escola e delegados de turma. É menos frequente a auscultação
dos alunos através de questionários e inquéritos ou a existência de caixas
de sugestões. A participação dos alunos na programação e execução de
atividades – comemorações, festas, eventos, campanhas de solidariedade e de proteção
do meio ambiente – têm repercussões no desenvolvimento da sua autonomia e
responsabilidade. Estas atividades decorrem de princípios preconizados nos
documentos orientadores dos agrupamentos, como sejam os da entreajuda, da
solidariedade e da tolerância, que norteiam a construção dos projetos
curriculares de turma. O desenvolvimento de projetos no âmbito da educação para
a saúde e o embelezamento dos espaços são igualmente referidos como atividades
realizadas nas escolas com vista ao desenvolvimento cívico dos alunos.
São
evidenciados na generalidade dos relatórios o bom ambiente educativo e o
comportamento disciplinado dos alunos do 1.º ciclo, com interiorização de
normas e regras de convivência. Em contrapartida, são referidas situações de
comportamentos incorretos em algumas das atividades de enriquecimento
curricular, situação que tem merecido atenção por parte das direções,
coordenações de escola, professores titulares de turma e dinamizadores destas
atividades.
A
exposição e divulgação dos trabalhos dos alunos na comunidade, nos jornais
escolares e em blogues, e as atividades conjuntas de pais e filhos,
nomeadamente atividades de leitura e pesquisa, constituem-se como as
iniciativas de valorização das aprendizagens mais referidas nos relatórios.
Domínio
Prestação do serviço educativo
O
incremento da articulação entre os departamentos da educação pré-escolar e do
1.º ciclo tem ganho consistência e relevo e tem permitido a disponibilização de
informação relativa ao desenvolvimento dos alunos que iniciam a escolaridade
obrigatória.
Ao
nível do currículo, têm-se desenvolvido projetos que promovem a articulação
curricular vertical entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo. Ao mesmo tempo,
os relatórios evidenciam um reforço continuado da articulação intradepartamental,
através do trabalho realizado no âmbito do departamento curricular do 1.º ciclo
e de diversas estruturas, tais como os conselhos de docentes e os conselhos de
ano.
A
dinâmica dos agrupamentos tem permitido, igualmente, o estabelecimento de
articulações entre as áreas curriculares do 1.º ciclo e as disciplinas
equivalentes dos 2.º e 3.º ciclos. No entanto, são também referidas
dificuldades na concretização dessas articulações, o que não facilita a sequencialidade
das aprendizagens. As dinâmicas do Plano de Ação para a Matemática, do Plano
Nacional de Leitura, da Educação para a Saúde e do programa Eco-Escolas têm
induzido práticas de articulação horizontal e vertical do currículo.
Acrescente-se que, de acordo com os relatórios, a efetivação do Plano Nacional
de Leitura e a dinamização das Bibliotecas Escolares/Centros de Recursos
Educativos (BE/CRE) constitui-se como um fulcro da articulação curricular e o
principal mobilizador do trabalho cooperativo dos docentes.
A
existência de planos de atividades para as escolas do 1.º ciclo sem a devida
integração num plano geral do agrupamento dificulta a articulação a nível
global. De acordo com os relatórios, e sem prejuízo da supervisão efetuada pelo
professor titular de turma, coexistem situações em que as atividades de enriquecimento
curricular estão articuladas com os departamentos curriculares e com os grupos
de recrutamento respetivos – Inglês, Educação Musical, Expressões e Educação
Física –, com outras situações em que isso não acontece. Ao nível da gestão
articulada do currículo, pese embora o trabalho de articulação evidenciado,
subsistem situações de desconhecimento das Orientações Curriculares para a
Educação Pré-Escolar e do currículo do 1.º ciclo do ensino básico, por
parte de educadores de infância e dos professores do 1.º ciclo.
O
planeamento curricular e a articulação de conteúdos programáticos são efetuados
no âmbito dos conselhos de ano. O planeamento individual decorre do trabalho
desenvolvido nesta estrutura e ainda das orientações do departamento
curricular. Nesta sede são partilhadas experiências, recursos pedagógicos e
materiais didáticos, procedendo-se ainda à reflexão sobre os resultados obtidos
pelos alunos e sobre a construção e desenvolvimento dos projetos curriculares
de turma. É também no âmbito do departamento curricular que se procede ao
acompanhamento do cumprimento das planificações através de balanços periódicos.
Estas rotinas podem considerar-se consolidadas na maioria dos agrupamentos. No
âmbito do departamento curricular realiza-se a coordenação de procedimentos e
concretizam-se os mecanismos de atuação relativos à avaliação das aprendizagens
dos alunos. No entanto, considera-se que não estão suficientemente
desenvolvidas práticas de definição de metas e de avaliação do trabalho que é
realizado nesta estrutura de coordenação educativa e de supervisão pedagógica.
A
sequencialidade das aprendizagens tem sido assegurada pelo trabalho de
articulação vertical entre ciclos, traduzido na programação em conjunto, nas
abordagens sequenciais de conteúdos e na adoção de procedimentos comuns. Deteta-se
uma tendência para a institucionalização de grupos de trabalho, constituídos
por docentes de diferentes níveis de educação e ensino, com vista à
implementação de estratégias de articulação vertical. A participação dos
professores do 4.º ano na constituição de turmas do 5.º ano e a transmissão de
informação sobre os alunos para uma melhor organização das mesmas constituem ações
promotoras dessa articulação. A organização de atividades que envolvem os
vários ciclos de ensino – as semanas temáticas, as atividades do Plano Nacional
de Leitura e, no âmbito das ciências experimentais, as deslocações às BE/CRE da
Escola-Sede, bem como as visitas de estudo – promovem igualmente a
sequencialidade das aprendizagens. O trabalho de articulação surge com maior
efetividade ao nível da relação entre o 1.º ciclo e a educação pré-escolar.
A
existência de reuniões entre docentes do 1.º ciclo e docentes de Português e
Matemática do 2.º ciclo é referida como um contributo significativo para a
promoção da sequencialidade ao nível dos conteúdos programáticos destas
disciplinas. Também ao nível do ensino do Inglês se verifica esta concertação
progressivamente consolidada, abrangendo os dinamizadores das atividades de
enriquecimento curricular.
Ainda
neste âmbito, alguns relatórios assinalam práticas de integração dos
dinamizadores dessas atividades nos departamentos curriculares correspondentes
às respectivas áreas de atividade. Tal prática não pode, porém, considerar-se
generalizada.
Não
existem práticas de supervisão do trabalho em sala de aula, sendo, no entanto,
referidas: a monitorização do cumprimento das planificações, efetuada pelo
coordenador de departamento curricular; a apresentação de relatórios trimestrais
de consecução dos projetos curriculares de turma; o balanço de atividades feito
em departamento e em conselho de ano e a análise dos resultados dos alunos,
designadamente nas provas de aferição. A prática de observação de aulas
restringe-se, quase exclusivamente, ao processo de avaliação do desempenho e à
implementação de novos programas no âmbito da formação contínua (formadores
residentes e externos).
Assumem
particular relevo, ao nível da coordenação das atividades pedagógicas, os
coordenadores de escola, que reúnem periodicamente com todos os docentes, bem
como com a Direção do agrupamento e com as entidades promotoras das atividades
de enriquecimento curricular.
No
domínio da confiança na avaliação das aprendizagens dos alunos, são definidos,
nos departamentos do 1.º ciclo, critérios comuns, de acordo com os critérios
gerais fixados pelo Conselho Pedagógico, e matrizes comuns para a elaboração de
instrumentos de avaliação. A avaliação diagnóstica, a par da aplicação de
testes comuns em todos os anos do 1.º ciclo, é frequentemente identificada nos
relatórios como uma prática das escolas, assumindo particular relevo, neste
âmbito, o trabalho desenvolvido pelos conselhos de ano. No entanto, os
relatórios referem a existência de um défice de monitorização da aplicação dos
critérios de avaliação e de calibragem de testes e demais instrumentos de
avaliação.
A
análise dos resultados internos, realizada em sede de Conselho Pedagógico e de
Departamento Curricular, tem conduzido à redefinição ou consolidação dos apoios
pedagógicos e das metodologias de trabalho bem como à reformulação dos projetos
curriculares de turma.
Os
relatórios apontam a importância dos processos de avaliação diagnóstica para a
identificação e referenciação dos alunos com dificuldades de aprendizagem ou
necessidades educativas especiais.
Assumem
particular relevo, neste processo, o professor titular de turma e as famílias,
os conselhos de docentes, os professores de Educação Especial, os psicólogos e
as equipas de intervenção precoce. E, num segundo plano, os parceiros da
comunidade educativa, as instituições locais públicas no âmbito da saúde e da
justiça, bem como as instituições privadas de solidariedade social. A
cooperação entre os professores titulares de turma e os técnicos especializados,
bem como o desenvolvimento de um trabalho articulado com as instituições acima
referidas, são sistematicamente apontados nos relatórios como práticas consolidadas
das escolas, visíveis, por exemplo, na elaboração dos programas educativos
individuais. A criação de unidades estruturadas de ensino, com valências
específicas em diversas áreas de deficiência, tem contribuído para a aplicação
de metodologias pedagógicas orientadas para o desenvolvimento de capacidades
sociais e funcionais das crianças e jovens nelas integradas. Neste âmbito,
assume importância crescente a implementação de medidas de apoio com recurso às
tecnologias de informação e comunicação.
Procede-se
ao desenvolvimento de práticas de diferenciação e personalização do ensino no
1.º ciclo que se consubstanciam na implementação de estratégias de apoio
individualizado, tendo em conta os diferentes níveis de aprendizagem em sala de
aula. Estas práticas desenvolvem-se em áreas como o acompanhamento da
integração de alunos oriundos de minorias étnicas, de alunos
institucionalizados ou que não têm o Português como Língua Materna, visando a
sua integração socio escolar. Os projetos desenvolvidos pelas escolas,
designadamente a BE/CRE, respondem a necessidades específicas de aprendizagem, como
sejam a leitura e a escrita. As medidas de apoio a alunos com capacidades excecionais,
designadamente os planos de desenvolvimento, são pouco referidas nos
relatórios. Persistem, no entanto, algumas situações de défice de
personalização e diferenciação do ensino. Existem ainda situações distintas de
práticas de avaliação das medidas de apoio implementadas, que se podem
considerar pouco estruturadas ou, mesmo, inexistentes.
As
atividades de enriquecimento curricular são as mais referidas no âmbito da
resposta às dimensões artística e cultural. Também os projetos de
desenvolvimento educativo, designadamente a BE/CRE e o programa de Educação
para a Saúde concorrem para este objetivo. Ainda neste âmbito são
abundantemente referidas as visitas de estudo.
Tem
ganho expressão o incentivo a práticas experimentais na aprendizagem das
ciências, sendo referidos projetos transversais a todos os ciclos de ensino,
designadamente, a realização de semanas e feiras das ciências, de laboratórios
abertos, e a deslocação de professores de Ciências Naturais e de Físico-Química
às escolas do 1.º ciclo. É salientado o impacto, embora não generalizado, da
frequência por parte dos docentes de ações no âmbito do Programa de Formação em
Ensino Experimental das Ciências no 1.º Ciclo. Os agrupamentos tendem a
disponibilizar equipamentos e materiais para a realização de experiências nas
escolas do 1.º ciclo.
Domínio
Organização e gestão escolar
Os
documentos estruturantes da ação educativa do agrupamento tendem a definir
linhas orientadoras comuns às diversas escolas que servem de suporte à
articulação e sequencialidade entre os diversos níveis de educação e ensino.
Salienta-se o facto de os documentos de âmbito curricular do agrupamento não
integrarem devidamente as dinâmicas curriculares das escolas do 1.º ciclo, bem
como a persistência de planos de atividades distintos ou de planos organizados
ao nível do agrupamento mas apresentados de forma compartimentada.
Regista-se
uma grande diversidade de situações na coerência entre os diversos documentos
orientadores e os projetos curriculares de turma, quer entre agrupamentos, quer
no seio de cada agrupamento, afetando o desenvolvimento do currículo no 1.º
ciclo. Os documentos orientadores da generalidade dos agrupamentos contemplam
orientações comuns para a construção dos projetos curriculares de turma que
passam pela existência frequente de temas aglutinadores, que asseguram a
ligação entre os projetos e os objetivos definidos nesses documentos. É
frequentemente referida a existência de uma matriz de suporte à construção dos
projetos curriculares de turma, que contempla as prioridades educativas, as
competências a privilegiar, a operacionalização de estratégias e a respetiva
avaliação, de modo a assegurar a sequencialidade das aprendizagens.
No
planeamento do ano letivo, e em particular na distribuição do serviço, assume
particular destaque o papel dos coordenadores de escola e do coordenador de
departamento curricular na relação de cooperação que estabelecem com o Diretor.
No
âmbito da formação contínua dos professores do 1.º ciclo, destaca-se a
importância da formação nas áreas da Matemática, do Ensino do Português e do
Ensino Experimental das Ciências, bem como na implementação dos Novos Programas
do ensino básico. É referida a existência de formação contínua destinada aos
trabalhadores não docentes nos domínios da higiene e segurança alimentar e da Ação
Social Escolar, sendo identificadas necessidades de formação no âmbito das
BE/CRE e do acompanhamento a alunos com necessidades educativas especiais.
Estes trabalhadores veem o seu trabalho reconhecido pelos alunos, mas o seu
envolvimento em projetos de desenvolvimento educativo é diminuto.
No
que diz respeito às instalações e equipamentos, existe uma multiplicidade de
situações, sendo referidos casos de espaços insuficientes ou desadequados às
exigências do desenvolvimento e enriquecimento do currículo. Por outro lado, é
referida a importância da requalificação de espaços escolares e da construção
de centros escolares com condições adequadas às atividades de ensino e
aprendizagem e às exigências de uma escola a tempo inteiro.
A
participação dos pais e encarregados de educação assume particular relevo neste
ciclo de ensino e expressa-se em diferentes níveis: interação regular com o
professor titular de turma, participação com elevado nível de assiduidade nas
reuniões de pais, nos órgãos da escola e nas associações de pais e encarregados
de educação. Estas assumem um papel importante nas escolas do 1.º ciclo, sendo,
nalguns casos, promotoras de atividades de enriquecimento curricular e
simultaneamente angariadoras de recursos financeiros com vista a ações de
melhoria a diversos níveis. As associações de pais e encarregados de educação e
as juntas de freguesia colaboram no apoio financeiro a alunos carenciados,
sobretudo no seu acesso a visitas de estudo. No entanto, é referida como pouco
significativa a participação dos pais e encarregados de educação em ações de
sensibilização organizadas pelas escolas, no âmbito das questões de ordem
disciplinar e outras.
As
escolas do 1.º ciclo desenvolvem atividades promotoras da igualdade de
oportunidades e do acesso de todos os alunos às ofertas do agrupamento e das
escolas. No entanto, subsistem situações de défice de acesso a experiências
educativas estimulantes por parte de alunos com dificuldades económicas, sendo
as mais referidas as visitas de estudo e as idas ao teatro.
Domínio
Liderança
A
definição de metas e a hierarquização e calendarização de objetivos ainda não
se constituem como práticas correntes ou, quando existem, são fundamentalmente
dirigidas aos resultados académicos e à monitorização do abandono escolar. Tal
facto reflete a ausência de uma visão estratégica subjacente à organização e à
gestão escolar de grande parte das escolas. Os coordenadores de escola
desenvolvem a sua atividade em articulação com a Direção do agrupamento,
detendo, na generalidade dos casos e segundo os relatórios, autonomia no
desempenho das suas tarefas, o que se traduz em ganhos de eficácia.
As
lideranças das estruturas de coordenação e supervisão mostram-se, em geral,
empenhadas e motivadas no desempenho das suas funções, notando-se, no entanto,
que o seu papel na monitorização da ação pedagógica dos docentes ainda não está
suficientemente consolidado.
No
campo da inovação, são sobretudo referidos a utilização em sala de aula de
computadores e o acesso à Internet, o que tem permitido a construção de blogues
e de jornais escolares eletrónicos. São ainda mencionados: a utilização de
plataformas de ensino, do correio eletrónico e de quadros interativos, meios de
que as escolas se têm vindo progressivamente a dotar.
As
autarquias locais constituem-se como parceiros privilegiados das escolas, seja
como entidades promotoras das atividades de enriquecimento curricular, seja no
apoio a projetos diversificados e à disponibilização de transportes para
visitas de estudo. As parcerias com instituições locais, no âmbito da saúde, da
proteção a crianças e jovens e da segurança, têm permitido um trabalho em rede
com repercussões positivas nas escolas.
Domínio
Capacidade de autorregulação e melhoria da escola
Os
relatórios referem que as equipas de autoavaliação, quando existem, integram
docentes dos diferentes níveis e ciclos de educação e ensino mas não
explicitam, de modo autónomo, o envolvimento dos professores do 1.º ciclo nos
processos de autorregulação e melhoria, havendo algumas referências à aplicação
de questionários de satisfação que abrangem todos os níveis de educação e
ensino.
A
AVALIAÇÃO EXTERNA E A PROMOÇÃO DA AUTO-AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS
O
lugar central da autoavaliação das escolas
As
apreciações produzidas e as classificações atribuídas no domínio 5 – Capacidade
de autorregulação e melhoria de escola – evidenciam a fragilidade e a falta
de continuidade nas práticas de autoavaliação de muitas escolas. É certo
que temos registo de múltiplos projetos, em certos casos dinamizados ou
apoiados por instituições do ensino superior ou por empresas, e da crescente
aplicação de dispositivos de autoavaliação em diversas vertentes, de que
podem ser exemplos: o acompanhamento da concretização dos contratos de
autonomia, a distribuição de serviço docente, as áreas curriculares não
disciplinares, as escolas integradas em Territórios Educativos de Intervenção
Prioritária, as bibliotecas escolares e centros de recursos, etc.; no
entanto, há uma perceção generalizada das dificuldades em manter
práticas sustentadas de autoavaliação.
Nas
respostas aos questionários de avaliação, os responsáveis das escolas
reconhecem o contributo positivo da avaliação externa para a autoavaliação, ao
constituir-se como referencial e pelos instrumentos e metodologia que mobiliza.
A
atividade de acompanhamento Autoavaliação das Escolas
A
matriz que estruturou esta atividade de acompanhamento contemplou três eixos de
desenvolvimento da autoavaliação:
•
a construção do dispositivo de autoavaliação – recursos alocados,
referencial de avaliação e canais de comunicação disponibilizados – é analisada
em função da situação encontrada aquando
da
avaliação externa da escola. Este eixo culmina com o planeamento que antecede o
desenvolvimento de processos auto-avaliativos;
•
a concretização consiste no desenvolvimento de processos
auto-avaliativos em diversificadas áreas da vida da escola. Este é o segundo
eixo da matriz, conducente à tomada de decisões e à preparação de planos de
melhoria;
•
os impactos nos serviços prestados pela escola e a consolidação do
próprio dispositivo de auto-avaliação confirmam a intencionalidade e a eficácia
dos processos desenvolvidos.
A
avaliação externa e a autoavaliação das escolas
O
figurino do dispositivo de autoavaliação
Constatou-se
que:
•
As escolas evidenciam a existência de dispositivos de autoavaliação, sendo, na
generalidade, atribuído às equipas de autoavaliação um papel central no desenvolvimento
e na coordenação dos processos auto-avaliativos de cada escola.
•
Simultaneamente, reconhece-se a existência de pólos de autoavaliação em certas
áreas das escolas que desenvolvem processos próprios, com maior ou menor
autonomia. No entanto, a articulação entre as equipas de autoavaliação e outros
pólos de avaliação não é, de um modo geral, sistemática, dando azo à existência
de processos avaliativos paralelos.
•
A organização das equipas de autoavaliação ainda está muito dependente do
voluntarismo e da disponibilidade horária dos seus membros, ou seja, a
experiência e as habilitações dos elementos da equipa nem sempre constituem
critérios de seleção.
•
A composição das equipas de autoavaliação é diversificada – desde as que são
compostas exclusivamente por professores até às que alargam a participação a diversos
elementos da comunidade escolar, situação que ocorre com frequência nas escolas
que têm equipa há mais tempo.
•
A participação da Direção da escola na equipa de autoavaliação e mesmo em
outros pólos de avaliação é uma prática corrente e constitui uma estratégia de
articulação entre as equipas e a própria Direção da escola.
Algumas
reflexões:
•
A participação da Direção da escola na equipa de autoavaliação e em processos
avaliativos denota o interesse e o reconhecimento da sua importância pelo
principal centro de decisão da escola e contribui para a dinamização e
articulação do trabalho de autoavaliação.
•
A Direção da escola é, porventura, o principal cliente – aquele que
encomenda – dos procedimentos avaliativos na escola e também o seu primeiro
destinatário. Nesse sentido, a participação da Direção na equipa de autoavaliação
acarreta alguns riscos quanto à sua independência técnica, que deverá ser
acautelada, bem como a pertinência dos resultados obtidos.
•
A participação ativa da comunidade na equipa ou em pólos de autoavaliação
favorece a manifestação plural de opiniões, enriquece o processo e os produtos,
contribui para a partilha de responsabilidades na governação da escola e
constitui um exemplo de cidadania.
•
A falta de articulação com e entre os pólos de autoavaliação gera desperdícios
na informação avaliativa.
•
A capacidade de articulação com e entre os pólos de avaliação e a participação
da comunidade escolar são sintomáticos da maturidade que o dispositivo de autoavaliação
atingiu.
Os
recursos de funcionamento
Constatou-se
que:
•
A atribuição de crédito horário da componente não letiva aos elementos docentes
da equipa de autoavaliação é um recurso que a generalidade das escolas disponibiliza.
•
Não existem dificuldades em termos de recursos para a divulgação dos processos
auto-avaliativos junto da comunidade escolar. As escolas dispõem de suportes
informáticos que facilitam essa comunicação.
•
A oferta de formação sobre avaliação organizacional, ou especificamente sobre a
autoavaliação de escolas, parece reduzida e constituiu um constrangimento.
•
São poucas as escolas que dispõem de estruturas pensadas para aceder com
agilidade às fontes de informação externas, o que dificulta a obtenção de
informação de contexto e de referentes ou outros valores para comparação,
confinando as escolas aos seus próprios dados.
Algumas
reflexões:
•
A atribuição de crédito horário ilustra a importância que as escolas dão à autoavaliação
e ao tempo investido pelos docentes envolvidos. Porém, para permitir um efetivo
trabalho de equipa, tirando proveito do trabalho conjunto, é ainda necessário
organizar semanários-horários compatíveis, o que não acontece com frequência.
•
A intensificação da comunicação eletrónica agiliza a divulgação dos resultados
da autoavaliação.
Contudo,
quando se procura substituir os encontros presenciais, a eficácia da divulgação
junto dos elementos não docentes da comunidade pode diminuir, o que torna o
processo menos participado, limitando-se a componente democrática que o debate
público poderia proporcionar.
As
instituições que tradicionalmente organizam formação para os profissionais de
educação ainda não estão a dar a resposta necessária na área da (auto)
avaliação organizacional. Tratando-se de uma lacuna identificada, também não é
visível que as escolas exerçam pressão, do lado da procura, para que a formação
se concretize e, na maioria dos casos, não procuram soluções alternativas,
como, por exemplo, a organização de círculos de estudo ou o trabalho em rede.
Os serviços regionais da Administração Educativa poderão desempenhar um papel
mais ativo na procura de uma solução para esta carência.
•
A utilização de fontes de informação relevante para a autoavaliação e a
pesquisa sistemática requerem canais de comunicação regulares, seja através da
constituição de um grupo de trabalho, da fidelização das fontes ou ainda de
outras alternativas.
A
gestão da informação
Constatou-se
que:
•
Ao não cruzar os resultados dos processos auto-avaliativos com informação de
contexto, as escolas ignoram fatores relevantes que influem nos resultados obtidos,
o que limita a real perceção da mais-valia do seu desempenho;
•
Do mesmo modo, há falta de referências – dados de outras escolas, valores que
sejam referentes nacionais – que as escolas possam utilizar, o que dificulta a
concretização de uma das funções da avaliação, que é a de comparar;
•
As estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica representam o
principal meio de disseminação dos resultados dos processos de autoavaliação,
facilitando a sua chegada aos centros de decisão pedagógica e junto dos
docentes, que constituem um público-alvo muito relevante;
•
Da leitura dos relatórios de escola e das evidências reportadas nesta atividade
apercebemo-nos de que a avaliação externa teve um efeito catalisador da autoavaliação
junto das escolas que obtiveram classificações mais fracas no domínio 5
(Capacidade de autorregulação e melhoria da escola) da avaliação externa.
Algumas
reflexões:
•
A falta de informação de contexto e de referentes para comparação leva a que as
escolas se utilizem a si próprias como termo de referência. Tendo em conta os
dados que já são processados quer sobre resultados escolares, quer sobre os
contextos locais ou regionais, a Administração Educativa poderia fornecer
elementos importantes às escolas;
•
O papel relevante – quando não único – assumido pelas estruturas de coordenação
educativa e supervisão pedagógica na disseminação de resultados pode originar
um certo afastamento dos elementos da comunidade que não as integram;
•
Algumas situações observadas alertam para o risco de acomodação das escolas que
obtenham, na avaliação externa, classificações do agrado das respectivas
comunidades. Trata-se de um problema de sustentabilidade dos processos de autoavaliação.
A
natureza da informação avaliativa
Constatou-se
que:
•
São diversificadas as áreas referidas como objeto de avaliação por parte das
escolas. Com maior regularidade surgem as bibliotecas escolares, os resultados
escolares e o Plano Anual de Atividades (onde se incluem uma grande
diversidade de projetos pedagógicos). Com uma frequência menor, encontramos
referências aos diagnósticos de contexto e aos inquéritos de satisfação.
Algumas
reflexões:
•
Avaliar em simultâneo um número elevado de áreas da atividade de uma escola
poderá constituir um objetivo ambicioso, parecendo uma tarefa pouco exequível
face aos recursos de que as escolas dispõem. Por esse motivo, a maioria das
escolas, mesmo aquelas que já têm dispositivos de autoavaliação consolidados,
opta por selecionar apenas algumas áreas, criando algumas rotinas e
estabilidade nos processos. Todavia, as escolas que cumprem a mesma rotina, ano
após ano, terão dificuldade em compreender de que modo as diferentes áreas de
atividade interagem e se influenciam, perdendo assim a oportunidade de
enriquecer a abrangência e a pertinência do esforço de autoavaliação.
Para
o desenvolvimento e a consolidação da autoavaliação
O
tratamento da informação recolhida nas escolas confirma a diversidade de
situações e a pluralidade de caminhos, perspectivas e ritmos e revela que tem
ocorrido uma evolução nem sempre sustentada e progressiva, com avanços e
recuos, mas de tendência predominantemente positiva.
Esta
evolução complexa poderá ser entendida à luz da experiência de outros países
europeus que revela que estes processos são de generalização lenta, bem como
pela história recente das escolas, na resposta a impulsos e à procura exterior,
que produziram mudanças significativas, designadamente ao nível do modelo de
administração e de gestão, bem como da recomposição da rede escolar.
Importa
prosseguir o investimento na autoavaliação através do incentivo, do
acompanhamento e da avaliação externa. De forma especial, sublinhamos o papel relevante
que o Conselho de Escolas e os Centros de Formação de Associação de Escolas
poderiam desempenhar nesta matéria.
Impõe-se
que, de uma forma articulada e proporcional, e no respeito pelo equilíbrio
entre a autonomia da escola e a regulação externa, a Administração Educativa
possa:
•
disponibilizar informação sobre as escolas que permita a cada escola aferir a
sua situação e o seu percurso;
•
disponibilizar informação sobre autoavaliação de escolas e incentivar a
formação em métodos e práticas de autoavaliação;
•
incentivar a partilha de práticas e os projetos entre as escolas;
•
fomentar a complementaridade dos dispositivos de avaliação externa, de
acompanhamento e de contratualização.
Também
no que respeita à autoavaliação, interessa evitar o risco da burocratização e
do trabalho sem sentido e sem consequência. Importa que os projetos e as
práticas tenham sentido, cuidem do envolvimento cada vez mais alargado da
comunidade escolar, utilizem instrumentos simples e eficientes, recorram a
contributos externos, promovam a comunicação, registem e até celebrem o caminho
percorrido.
AVALIAÇÃO
DO PROCESSO PELAS ESCOLAS E PELOS AVALIADORES
Opinião
das escolas avaliadas
Instrumentos
adotados para a avaliação de escolas
Os
instrumentos adotados merecem a aprovação da generalidade das escolas, sendo
significativo o número de respostas que concordam totalmente com os Tópicos
para a apresentação da escola e com o Quadro de referência. As
respostas discordantes têm pouca expressão (entre 2% e 3%), sendo nulas as de discordância
total.
Tópicos
para a apresentação da escola
Os
dados apresentados no documento Tópicos para a apresentação da escola merece
a concordância total ou parcial da maioria das escolas (97%), sendo de destacar
que cerca de dois terços manifestam total concordância. Podemos concluir
que este instrumento é reconhecido como um elemento pertinente na
ligação entre a autoavaliação e a avaliação externa.
Quadro
de referência
Como
se pode constatar pelas respostas sobre a Pertinência do Quadro de Referência,
93% das escolas concordam com este item. Apenas sete escolas manifestam alguma
discordância e nenhuma manifestou total desacordo.
Fatores
incluídos em cada domínio
Verifica-se
uma elevada concordância com os fatores que suportam os domínios da avaliação
externa. Parece-nos relevante assinalar que todas as escolas concordam com os
fatores Conceção, planeamento e desenvolvimento da atividade e Motivação
e empenho e que uma grande parte expressa uma elevada concordância com os
fatores Visão e estratégia, Gestão de recursos humanos e Equidade e
justiça.
A
maior discordância recai sobre os fatores Acompanhamento da prática letiva
em sala de aula e Sucesso académico.
Conhecida
a representação que as escolas têm sobre a relevância para a avaliação externa
dos fatores incluídos em cada domínio, importa referir que nas respostas abertas
foram sugeridos outros fatores que poderiam fazer parte dos domínios. Assim,
para o domínio Resultados, são propostos, entre outros, os fatores Contexto
sociocultural e económico do meio envolvente, Qualidade das aprendizagens,
Percentagem de alunos com sucesso em todas as disciplinas e Competências
desenvolvidas.
Para o domínio Prestação do serviço
educativo, é sugerida a inclusão dos fatores Desenvolvimento de práticas
educativas inovadoras, Contributos para as aprendizagens do desempenho
das bibliotecas escolares, dos projetos e clubes e Componentes locais do
currículo. No que concerne ao domínio Organização e gestão escolar,
destaca-se a referência aos Fatores externos que condicionam a organização e
gestão escolar e as Opções de oferta de escola e respectivo
impacto na missão da escola. No domínio Liderança, são sugeridos os
fatores:
Visibilidade
das lideranças intermédias, Gestão de conflitos, Plano de intervenção do diretor
e
o Relacionamento com os parceiros internos e externos. Para o domínio Capacidade
de auto regulação e melhoria da escola, são propostos os fatores Disponibilidade
de recursos para a autoavaliação e Dinamismo no processo de melhoria da
escola.
Preparação
da escola para a avaliação
Envolvimento
das estruturas e da comunidade educativa
As
escolas avaliam favoravelmente o envolvimento das diferentes estruturas, facto
que é revelador do empenho depositado na preparação e desenvolvimento da avaliação
externa. Assim, o envolvimento do Diretor, do Conselho Pedagógico,
dos Departamentos Curriculares, dos Diretores de Turma,
dos Coordenadores de Diretores de Turma e da Equipa de Autoavaliação recolhe
mais de 90% de apreciações positivas. Por sua vez, o Conselho Geral, os Outros
Docentes, os Trabalhadores Não Docentes, os Delegados de Turma,
os Representantes dos Pais nos Conselhos de Turma, a Associação de
Pais e o Representante da Autarquia obtiveram resultados entre 75% e
86%.
No
que respeita à Associação de Estudantes destaca-se que 48% das escolas
não responderam a este item, o que pode estar associado à inexistência ou inatividade
desta estrutura. Houve 14% de respostas discordantes.
Contactos
estabelecidos com a IGE
As
questões colocadas quanto à caracterização dos contactos estabelecidos com a
IGE visam identificar os níveis de concordância e discordância relativamente
aos seguintes indicadores:
-
Facilidade de acesso aos interlocutores da IGE;
-
Clareza e adequação da informação prestada;
-
Resposta em tempo útil; Afabilidade no trato.
Visita
da equipa de avaliação
A
maioria das escolas faz uma apreciação favorável dos itens que suportam os
aspetos da visita da equipa de avaliação, verificando-se que a concordância é
superior a 90% nos itens Organização, Escolha dos painéis,
Constituição dos painéis, Condução da sessão de apresentação e Relacionamento
da equipa de avaliação com os interlocutores. O valor de respostas
discordantes tem mais expressão nos itens Duração da visita (19%) e Condução
das entrevistas (13%).
Relatório
da equipa de avaliação externa
A
generalidade das escolas concorda com os aspetos relacionados com o relatório
da equipa de avaliação externa. A Estrutura do relatório é o item que
apresenta a maior taxa de aprovação (97%), seguido de perto pelos itens Adequação
do estilo do discurso aos diferentes leitores (95%) e Contribuição para
o processo de melhoria da escola (91%). Importa ainda destacar que para 82%
das escolas o relatório é visto como um fator de estímulo para a comunidade educativa.
Por último, o item referente à Justiça das apreciações recolhe a maior
taxa de discordância (26%), com 4% das escolas a manifestarem discordância
total. É de sublinhar ainda que o nível de concordância é superior ao de concordância
total.
Contributos
do processo de avaliação externa para a autoavaliação da escola
Para
a grande maioria das escolas o processo de avaliação externa potencia o
desenvolvimento da sua autoavaliação. Assim, do conjunto das escolas que responderam
ao questionário, 90% considera que os Referenciais utilizados pela
avaliação externa ajudam ao desenvolvimento do processo de autoavaliação, logo
seguidos dos Instrumentos (85%) e da Metodologia (84%).
Identificação
de aspetos negativos e propostas de melhoria para a Avaliação Externa das
Escolas
A
inclusão, no questionário, de um espaço para a identificação de aspetos
negativos e propostas de melhoria resultou da necessidade de recolher as
opiniões das escolas, visando promover a reflexão e o aperfeiçoamento do
Programa.
Um
número significativo de escolas aponta a injustiça dos juízos avaliativos
produzidos pela equipa de avaliação externa como um dos aspetos mais negativos.
A discrepância entre apreciações e menções atribuídas, a demasiada ênfase dada
aos resultados das avaliações externas, a não consideração, na avaliação, de um
fator de ponderação que contemple os contextos social, económico e cultural do território
educativo, a não correspondência das menções atribuídas com o texto produzido
pelo relatório de avaliação externa, o enfoque quase exclusivo nos aspetos
menos bons são, entre outras, algumas das razões apresentadas para justificar o
descontentamento face à avaliação.
A
duração da visita continua a merecer reparo por parte de bastantes
respondentes. O reduzido tempo de duração da visita da equipa de avaliação, a
insuficiente duração dos painéis/entrevistas e a visita a um número reduzido de
jardins-de-infância e de escolas do 1.º ciclo são aspetos que, na opinião
dessas escolas, resultam numa avaliação menos profunda da realidade do seu
trabalho.
Tem
alguma expressão o número de asserções negativas associadas ao relatório
produzido pela equipa de avaliação externa: morosidade na devolução do
relatório à escola; as conclusões da avaliação não são apresentadas à escola antes
de ser divulgado o relatório final; ausência de apresentação pública do relatório
e falta de discussão do mesmo em assembleia marcada para o efeito; relatório
extenso, com informação redundante. Como propostas para a melhoria, as escolas
sugerem que as avaliações deveriam ter um carácter formativo, sendo que a
equipa avaliativa deveria analisar com todos os intervenientes os resultados
constantes do relatório de avaliação externa; o relatório deveria ser objeto de
apresentação e discussão pública na comunidade educativa e ainda que seria de
acrescentar um capítulo com propostas de linhas de desenvolvimento para a
melhoria do serviço educativo.
Algumas
críticas são dirigidas também, embora em menor escala, ao modo como são
organizados e conduzidos os painéis de entrevistas. O número elevado de questões
face à insuficiente duração dos painéis é um aspeto apontado que limita a
recolha de informação fidedigna/fundamentada. Como forma de melhorar o processo
de funcionamento dos painéis, há sugestões no sentido de dar mais tempo para os
painéis de maior dimensão, bem como para as entrevistas. Propõem ainda algumas
escolas que, para além da entrevista inicial, a Direção deveria ser ouvida
novamente no final da atividade para clarificação de algumas dúvidas que possam
ter surgido durante a avaliação.
Alguns
aspetos relacionados com a visita da equipa merecem algumas referências
negativas, designadamente: a postura da equipa de avaliação externa; a pouca
abertura da equipa avaliativa; alguma dificuldade de aproximação/criação de um
ambiente favorável a um diálogo profícuo; demasiada acentuação dos aspetos
negativos; expressão, por parte da equipa de avaliação, de uma certa
padronização de conceitos (de Projeto Educativo e de Plano Anual de Atividades),
redutora relativamente a uma melhor compreensão dos factos e das interações; e
emissão de comentários depreciativos. Para o êxito da visita da equipa
avaliativa, são sugeridas a inclusão, nos dias da visita, da participação em
reuniões de Conselho Pedagógico e/ou Departamentos Curriculares e a necessidade
de um maior conhecimento da realidade da educação pré-escolar e do 1.º ciclo,
integrando na equipa de avaliação elementos destes níveis e ciclos de educação
e ensino.
Outros
comentários
O
questionário aplicado continha um item que permitia às escolas tecer outros
comentários relativos ao processo de avaliação externa. A maioria dos
respondentes utilizou este campo para registar alguns aspetos (positivos,
negativos e sugestões de melhoria). Para facilitar a leitura, a informação
recolhida foi organizada em três categorias:
•
Comentários favoráveis;
•
Comentários desfavoráveis;
•
Comentários com sugestões.
Opinião
dos avaliadores
Os
questionários aplicados aos avaliadores permitiram a obtenção de respostas
relativamente aos seguintes campos:
•
Preparação da avaliação externa;
•
Visita às escolas;
•
Escala de avaliação;
•
Identificação de aspetos negativos e propostas de melhoria para a Avaliação
Externa das Escolas.
Preparação
da avaliação externa
A
observação do conjunto dos aspetos relacionados com a preparação da avaliação
externa permite verificar que os itens Dimensão e Formato da
equipa de avaliação, bem como o Número de reuniões e os Assuntos
tratados nas mesmas recolhem mais de 90% de respostas favoráveis, sendo de
realçar que 76% dos respondentes concorda totalmente com o modo como a
equipa está dimensionada e 64% com o formato desta.
Nos
restantes aspetos, embora predominando a concordância, apresentam valores mais
baixos as respostas de concordância total: Informação fornecida à equipa de
avaliação pela IGE (85%); Informação sobre a escola fornecida à
equipa de avaliação pela unidade de gestão (85%); Formação dos
avaliadores (84%); Reflexão sobre os instrumentos nas Delegações
Regionais da IGE (84%). Relativamente aos níveis de discordância, é de
salientar que 16% dos respondentes manifesta a necessidade de mais e melhor formação
dos avaliadores. Nas respostas abertas ressalta, entre outras, a opinião dos
avaliadores de que esta formação poderia ser assumida por professores
formadores com competência comprovada na área de avaliação das organizações
escolares.
Visita
às escolas
Na
análise dos oito itens desta dimensão predomina a concordância nos quatro
primeiros e a concordância total nos restantes. Assim, a leitura dos dados mostra
que a concordância total é dominante nos itens Relacionamento entre os
membros da equipa (84%), Relacionamento entre os membros da
equipa e os interlocutores da escola (76%), sendo este aspeto consonante
com a opinião das escolas, Disponibilidade da escola para responder às
solicitações da equipa (66%) e Condução das entrevistas (57%).
Nos
restantes itens do questionário – Organização da visita, Formato das sessões
de apresentação, Método de constituição dos painéis e Duração da visita –
foram predominantes as respostas concordantes, 55%, 49%, 47% e 46%, respetivamente.
Refira-se que os dois últimos itens são os que apresentam valores mais elevados
de discordância total (7% e 8%).
Escala
de avaliação
Face
aos dados disponibilizados verifica-se que grande parte dos avaliadores
concorda com a escala de avaliação. No entanto, a percentagem de
opiniões discordantes deixa antever alguma dificuldade na sua
operacionalização. Assim, os Critérios de avaliação de cada fator e o Texto
de explicitação do significado dos níveis de classificação merecem a
discordância de, respetivamente, 21% e 19% dos respondentes.
Identificação
de aspetos negativos e propostas de melhoria para a Avaliação Externa das
Escolas
Da
análise do conjunto das respostas abertas, verifica-se que o número de aspetos
negativos e de propostas de melhoria para a Avaliação Externa das Escolas,
identificados pelos avaliadores, se equilibram, sendo reduzido o número de Outros
comentários.
Os
aspetos relacionados com a metodologia utilizada continuam a merecer referências
críticas, designadamente no que respeita à Organização, constituição e
duração dos painéis e à Inexistência de intervalos entre os mesmos.
Os avaliadores fazem também alguns reparos relativamente à Escala de
avaliação, referindo que é estreita e com pouca possibilidade de
diferenciação, considerando também insuficientes a explicitação dos diferentes
níveis da escala classificativa e os critérios de avaliação de cada fator. Como
propostas de melhoria sugerem, por exemplo, que para além da informação oral
prestada pelos elementos que integram os painéis, esta avaliação passe a
incluir outros modos de obtenção de evidências ou que a escala de avaliação
seja mais específica e concreta, de forma a minimizar a subjetividade.
Já
quanto à Duração da visita, constata-se que um número significativo de
respondentes refere ser um aspeto que influencia negativamente o processo de
avaliação, uma vez que entendem que a duração das visitas nem sempre permite o
melhor esclarecimento sobre as instituições.
No
que se refere à informação sobre a escola, são assinalados aspetos como: a
falta de disponibilização atempada dos dados; o aumento da quantidade de dados
enviados para as equipas, o que pode dificultar a análise aprofundada de todos
os elementos; a informação sobre a escola (perfil) fornecida pela IGE e a
informação que a escola disponibiliza não serem coincidentes em função dos
indicadores e critérios selecionados; e a não uniformização de critérios em que
as escolas e os agrupamentos organizam a informação sobre si próprias.
A
preparação da próxima fase de avaliação das escolas
Atendendo
aos pareceres do CNE e à reflexão que entretanto foi sendo construída, foram
identificadas áreas que deverão ser objeto de análise e decisão na preparação
de um novo ciclo de avaliação externa.
As
que nos parecem mais pertinentes são:
•
clarificar os objetivos da avaliação externa, articulando melhoria e prestação
de contas e valorizando a dimensão de incentivo, validação e reconhecimento da autoavaliação
das escolas;
•
rever o quadro de referência da avaliação externa, identificando os elementos
essenciais de caracterização de uma boa escola;
•
definir os domínios que devem estruturar a avaliação e reorganizar os fatores;
•
rever a modalidade de classificação – âmbito de incidência, escala e
consequências;
•
estudar formas de audição específica das autarquias, em especial no caso dos
agrupamentos de municípios que estabeleceram protocolo de colaboração com o ME;
•
estudar o recurso a inquéritos e a outras formas de auscultação mais alargada
de pais e de alunos, mantendo a pluralidade de métodos na recolha de informação
e a centralidade das entrevistas e da participação dos atores locais;
•
definir critérios para seleção das escolas a avaliar em cada ano –
possibilidade de definir critérios para identificação de situações prioritárias
ou de risco (designadamente, avaliação externa anterior e evolução dos
resultados escolares);
•
definir um ciclo mínimo de avaliação externa das escolas;
•
assumir a diversidade e a proporcionalidade como desafios maiores, ou seja,
prever uma avaliação mais ou menos extensa e profunda, consoante as condições e
as necessidades de cada escola;
•
recorrer a formas de conhecimento mais próximo do trabalho realizado em sala de
aula, cerne do trabalho pedagógico na escola;
•
melhorar os relatórios de escola em aspetos como a simplificação da linguagem,
um estilo menos descritivo e mais avaliativo, uma identificação mais precisa
das áreas a que a escola deve atribuir prioridade nos seus esforços de
melhoria;
•
assegurar a difusão do relatório de escola na sociedade local, responsabilidade
que pertence, antes de mais, à própria escola;
•
estudar procedimentos mais interativos, entre a equipa de avaliadores e a
escola, na apresentação dos resultados da avaliação e na fase de contraditório;
•
definir uma modalidade específica de recurso da avaliação;
•
garantir a sequência da avaliação externa, estabelecendo a obrigatoriedade de
as escolas elaborarem planos de melhoria ou planos de ação, apoiados e avaliados,
com possibilidade de contratualização entre a escola e a administração
educativa;
•
explicitar o apoio consequente da Administração Educativa e de outras entidades
(instituições do ensino superior, centros de investigação, associações,
empresas, etc.);
•
melhorar a produção e a disponibilização de informação estatística sobre as
escolas;
•
atender à relação entre a avaliação institucional e a avaliação individual dos
profissionais;
•
estudar meios e responsabilidades de uma maior divulgação pública das
conclusões gerais da avaliação externa;
•
estudar o alargamento da avaliação às escolas do ensino particular e
cooperativo.
A
Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, designadamente no artigo 12.º,
atribui ao Conselho Nacional de Educação competências de relevo no acompanhamento,
apreciação e validação dos procedimentos de avaliação das escolas. Nesse
sentido, o parecer geral que o CNE tem em preparação constituirá certamente uma
base decisiva para as decisões a tomar. Entendemos que importaria ouvir, de
forma específica, a opinião das escolas, designadamente por consulta ao
Conselho das Escolas.
Sem comentários:
Enviar um comentário