domingo, 20 de maio de 2012


Ficha de Leitura
Quadro de Referencia Europeu
Competências essenciais param aprendizagem ao longo da vida
A aprendizagem ao longo da vida tornou-se uma necessidade de todos os cidadãos.
Os conhecimentos, as competências e as aptidões da mão- de- obra europeia é um fator importante para a inovação, a produtividade e a competitividade da UE.
Devido à internacionalização crescente, ao ritmo rápido das mudanças e à vertiginosa sucessão de novas tecnologias, os europeus têm de atualizar as competências específicas relacionadas com a sua atividade profissional, mas também possuir as competências gerais que lhes permitirão adaptar-se à mudança. As competências das pessoas contribuem igualmente para a sua motivação e satisfação profissional, o que se repercute na qualidade do seu trabalho.
Neste clima de mudança acelerada, a nossa coesão social pode ressentir-se, há o risco de muitos europeus se sentirem abandonados e marginalizados pela globalização e pela revolução digital.
As competências essenciais de que os cidadãos necessitam para a sua realização pessoal - inclusão social, cidadania ativa e empregabilidade - na nossa sociedade, estão baseadas no conhecimento.

O Quadro de Referência estabelece oito competências essenciais:
1) Comunicação na língua materna;
2) Comunicação em línguas estrangeiras;
3) Competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia;
4) Competência digital;
5) Aprender a aprender;
6) Competências sociais e cívicas;
7) Espírito de iniciativa e espírito empresarial;
8) Sensibilidade e expressão culturais.
Possuir as competências básicas fundamentais da língua, da literacia, da numeracia e das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) é uma condição essencial para aprender e aprender a aprender está na base de todas as atividades de aprendizagem.
Quadro de Referência: pensamento crítico, criatividade, espírito de iniciativa, resolução de problemas, avaliação de riscos, tomada de decisões e gestão construtiva dos sentimentos são elementos importantes nas oito competências essenciais.

Língua Materna
A capacidade de comunicar decorre da aquisição da língua materna, que está intrinsecamente ligada à capacidade cognitiva do indivíduo para interpretar o mundo e se relacionar com os outros. A comunicação na língua materna exige do indivíduo o conhecimento do vocabulário, da gramática funcional e das funções da linguagem.
Uma atitude positiva em relação à comunicação na língua materna implica uma disposição para o diálogo crítico e construtivo.
A capacidade de comunicar numa língua oficial é uma condição indispensável para garantir uma participação plena do indivíduo na sociedade.

Comunicação Línguas Estrangeiras
Capacidade de compreender, expressar e interpretar conceitos, pensamentos, sentimentos, factos e opiniões tanto oralmente como por escrito.
A comunicação em línguas estrangeiras requer aptidões como a mediação e a compreensão intercultural. O grau de proficiência de cada pessoa será distinto nas quatro dimensões (escutar, falar, ler e escrever) e variará também em função das diferentes línguas e do contexto social e cultural, do ambiente, das necessidades e/ou dos interesses de cada um.

Matemática, Ciências e Tecnologias
A competência matemática é a capacidade de desenvolver e aplicar um raciocínio matemático para resolver problemas diversos da vida quotidiana.

Competência Digital
Os indivíduos devem ser capazes de utilizar as ferramentas para produzir, apresentar e compreender informações complexas, e de aceder, pesquisar e usar serviços baseados na Internet.
Deverão também ser capazes de usar as TSI para apoiar o pensamento crítico, a criatividade e a inovação.

Aprender a Aprender
Aprender a aprender é a capacidade de iniciar e prosseguir uma aprendizagem, de organizar a sua própria aprendizagem, inclusive através de uma gestão eficaz do tempo e da informação, tanto individualmente como em grupo.
Aprender a aprender exige, em primeiro lugar, a aquisição das competências básicas fundamentais, tais como a literacia, a numeracia e as TIC, necessárias para continuar a aprender. Com esta bagagem, o indivíduo deve ser capaz de encontrar, adquirir, processar e assimilar novos conhecimentos e aptidões.

Competências Sociais e Cívicas
A capacidade de comunicar de maneira construtiva em diferentes meios, de demonstrar tolerância, de expressar e entender pontos de vista diferentes, de negociar inspirando confiança e de suscitar empatia.
Os indivíduos deverão saber lidar com o stress e a frustração e exprimir estes sentimentos de uma maneira construtiva, e ser capazes de distinguir entre a esfera privada e a esfera profissional.
Uma participação construtiva pressupõe ainda o empenho em atividades cívicas, o apoio à diversidade e à coesão sociais e ao desenvolvimento sustentável, e a propensão para respeitar os valores e a vida privada dos outros.

Espirito de iniciativa e empresarial
O espírito de iniciativa e o espírito empresarial referem-se à capacidade de os indivíduos passarem das ideias aos atos. Compreendem a criatividade, a inovação e a assunção de riscos, bem como, a capacidade de planear e gerir projetos para alcançar objetivos.
As aptidões dizem respeito à gestão dinâmica de projetos (que envolvem capacidades de planeamento, organização, gestão, liderança e delegação, análise, comunicação, balanço e avaliação e registo), à eficácia da representação e da negociação e à capacidade de trabalhar tanto individualmente como em colaboração, no seio de uma equipa.
Uma atitude de espírito empresarial caracteriza- se pela capacidade de iniciativa, dinamismo, independência e inovação na vida privada e social, tanto como no trabalho. Inclui também motivação e determinação para cumprir objetivos.


Sensibilidade e Expressão Culturais
À apreciação como à expressão:
- A apreciação e fruição de obras de arte e de espetáculos e a realização pessoal através de múltiplas formas de expressão, utilizando as capacidades individuais inatas
- A expressão cultural é essencial para o desenvolvimento das aptidões criativas, as quais são suscetíveis de ser transferidas para múltiplos contextos de índole profissional.

Síntese:
O quadro estratégico para a cooperação europeia na educação e formação  reforça a ideia de que a aprendizagem ao longo da vida deve ser uma prioridade e que se constitui como a chave para o sucesso do desenvolvimento económico, de emprego e inclusão social porque possibilita a participação plena na sociedade de todos os cidadãos. Para alcançar este estado de igualdade é necessário conceber políticas comuns para apoiar as ações nacionais. Em simultâneo há que prever os novos desafios globais que se perfilham no horizonte: o envelhecimento das sociedades, os défices de competências entre a força de trabalho e da concorrência global. Essas áreas exigem respostas conjuntas.
As competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida são a consequência da globalização e da crescente competitividade que deixa para trás aqueles que por qualquer motivo não se conseguiram manter atualizados. Para Hargreaves, a sociedade do conhecimento é uma sociedade de aprendizagem ao longo da vida. O sucesso económico e uma cultura de inovação contínua dependem da capacidade dos trabalhadores quererem aprender acerca de si próprios e uns com os outros. Uma economia do conhecimento não funciona a partir da força das máquinas, mas a partir da força do cérebro, do poder de pensar, aprender e inovar.
Nisto, a escola e os professores possuem um papel determinante quer na criação de estratégias de motivação quer na própria promoção de oportunidades que permitam o envolvimento e a inclusão dos jovens.  
A mobilidade da população, no espaço europeu, é outra realidade da qual não podemos nem devemos alhear-nos. É importante que se definam competências a nível global que permitam esta circulação mas a definição das estratégias e o timing de execução devem ser definidos por cada um dos estados membros. Para atingir o equilíbrio, a sociedade não pode continuar a ser manipulada pelo poder económico.
Para melhorar as competências para o século XXI, importa:
•Dar a todos os alunos as competências de que necessitam para a vida.
•Garantir uma aprendizagem de alta qualidade a todos os estudantes.
•Melhorar a qualidade do pessoal docente e não docente.
Quando em 2000, a Estratégia de Lisboa foi definida, a conjuntura económica era diferente da atual, a crise da dívida soberana não era expectável. Os Estados Membros propunham que se reforçasse a importância atribuída à Educação e ao seu papel no desenvolvimento global das sociedades e se adaptasse os sistemas de educação e formação às exigências de uma sociedade baseada no conhecimento. Atualmente, já não existem recursos financeiros para dar cumprimento ao estabelecido há doze anos porque foram gastos ao desbarato em relatórios e comissões de estudo. Com a definição do Quadro de Referência Europeu das Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida era suposto serem tomadas medidas para efetivar as medidas que preconizava para construir uma sociedade do conhecimento mais democrática, solidária, tolerante, esbatendo as diferenças entre os Estados Membros e contribuindo para uma maior coesão social. 

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