Ficha
de Leitura
Quadro de Referencia Europeu
Competências essenciais
param aprendizagem ao longo da vida
A aprendizagem ao longo da vida
tornou-se uma necessidade de todos os cidadãos.
Os conhecimentos, as competências e as
aptidões da mão- de- obra europeia é um fator importante para a inovação, a
produtividade e a competitividade da UE.
Devido à internacionalização crescente,
ao ritmo rápido das mudanças e à vertiginosa sucessão de novas tecnologias, os
europeus têm de atualizar as competências específicas relacionadas com a sua
atividade profissional, mas também possuir as competências gerais que lhes
permitirão adaptar-se à mudança. As competências das pessoas contribuem
igualmente para a sua motivação e satisfação profissional, o que se repercute na
qualidade do seu trabalho.
Neste clima de mudança acelerada, a
nossa coesão social pode ressentir-se, há o risco de muitos europeus se
sentirem abandonados e marginalizados pela globalização e pela revolução
digital.
As competências essenciais de que os cidadãos
necessitam para a sua realização pessoal - inclusão social, cidadania ativa e
empregabilidade - na nossa sociedade, estão baseadas no conhecimento.
O
Quadro de Referência estabelece oito competências essenciais:
1) Comunicação na língua materna;
2) Comunicação em línguas estrangeiras;
3) Competência matemática e competências
básicas em ciências e tecnologia;
4) Competência digital;
5) Aprender a aprender;
6) Competências sociais e cívicas;
7) Espírito de iniciativa e espírito
empresarial;
8) Sensibilidade e expressão culturais.
Possuir as competências básicas
fundamentais da língua, da literacia, da numeracia e das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) é uma condição essencial para aprender e aprender
a aprender está na base de todas as atividades de aprendizagem.
Quadro
de Referência: pensamento crítico, criatividade,
espírito de iniciativa, resolução de problemas, avaliação de riscos, tomada de
decisões e gestão construtiva dos sentimentos são elementos importantes nas
oito competências essenciais.
Língua
Materna
A capacidade de comunicar decorre da
aquisição da língua materna, que está intrinsecamente ligada à capacidade
cognitiva do indivíduo para interpretar o mundo e se relacionar com os outros.
A comunicação na língua materna exige do indivíduo o conhecimento do
vocabulário, da gramática funcional e das funções da linguagem.
Uma atitude positiva em relação à
comunicação na língua materna implica uma disposição para o diálogo crítico e
construtivo.
A capacidade de comunicar numa língua
oficial é uma condição indispensável para garantir uma participação plena do
indivíduo na sociedade.
Comunicação
Línguas Estrangeiras
Capacidade de
compreender, expressar e interpretar conceitos, pensamentos, sentimentos,
factos e opiniões tanto oralmente como por escrito.
A comunicação
em línguas estrangeiras requer aptidões como a mediação e a compreensão
intercultural. O grau de proficiência de cada pessoa será distinto nas quatro
dimensões (escutar, falar, ler e escrever) e variará também em função das
diferentes línguas e do contexto social e cultural, do ambiente, das
necessidades e/ou dos interesses de cada um.
Matemática, Ciências e Tecnologias
A competência
matemática é a capacidade de desenvolver e aplicar um raciocínio matemático
para resolver problemas diversos da vida quotidiana.
Competência Digital
Os indivíduos devem ser capazes de
utilizar as ferramentas para produzir, apresentar e compreender informações
complexas, e de aceder, pesquisar e usar serviços baseados na Internet.
Deverão também ser capazes de usar as
TSI para apoiar o pensamento crítico, a criatividade e a inovação.
Aprender
a Aprender
Aprender a
aprender é a capacidade de iniciar e prosseguir uma aprendizagem, de organizar
a sua própria aprendizagem, inclusive através de uma gestão eficaz do tempo e
da informação, tanto individualmente como em grupo.
Aprender a aprender exige, em primeiro
lugar, a aquisição das competências básicas fundamentais, tais como a
literacia, a numeracia e as TIC, necessárias para continuar a aprender. Com
esta bagagem, o indivíduo deve ser capaz de encontrar, adquirir, processar e
assimilar novos conhecimentos e aptidões.
Competências
Sociais e Cívicas
A capacidade de comunicar de maneira
construtiva em diferentes meios, de demonstrar tolerância, de expressar e
entender pontos de vista diferentes, de negociar inspirando confiança e de
suscitar empatia.
Os indivíduos deverão saber lidar com o
stress e a frustração e exprimir estes sentimentos de uma maneira construtiva,
e ser capazes de distinguir entre a esfera privada e a esfera profissional.
Uma participação construtiva pressupõe
ainda o empenho em atividades cívicas, o apoio à diversidade e à coesão sociais
e ao desenvolvimento sustentável, e a propensão para respeitar os valores e a
vida privada dos outros.
Espirito
de iniciativa e empresarial
O espírito de
iniciativa e o espírito empresarial referem-se à capacidade de os indivíduos
passarem das ideias aos atos.
Compreendem a criatividade, a
inovação e a assunção de riscos,
bem como, a capacidade de planear e gerir projetos para alcançar objetivos.
As aptidões dizem respeito à gestão
dinâmica de projetos (que envolvem capacidades de planeamento, organização,
gestão, liderança e delegação, análise, comunicação, balanço e avaliação e
registo), à eficácia da representação e da negociação e à capacidade de
trabalhar tanto individualmente como em colaboração, no seio de uma equipa.
Uma atitude de espírito empresarial
caracteriza- se pela capacidade de iniciativa, dinamismo, independência e
inovação na vida privada e social, tanto como no trabalho. Inclui também
motivação e determinação para cumprir objetivos.
Sensibilidade
e Expressão Culturais
À apreciação como à expressão:
- A apreciação e fruição de obras de
arte e de espetáculos e a realização pessoal através de múltiplas formas de
expressão, utilizando as capacidades individuais inatas
- A expressão cultural é essencial para
o desenvolvimento das aptidões criativas, as quais são suscetíveis de ser
transferidas para múltiplos contextos de índole profissional.
Síntese:
O quadro estratégico para a cooperação europeia na educação e
formação reforça a ideia de que a aprendizagem ao longo da
vida deve ser uma prioridade e que se constitui como a chave para o
sucesso do desenvolvimento económico, de emprego e inclusão social porque
possibilita a participação plena na sociedade de todos os cidadãos. Para
alcançar este estado de igualdade é necessário conceber políticas comuns para
apoiar as ações nacionais. Em simultâneo há que prever os novos desafios globais
que se perfilham no horizonte: o envelhecimento das sociedades, os défices de
competências entre a força de trabalho e da concorrência global. Essas áreas
exigem respostas conjuntas.
As competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida
são a consequência da globalização e da crescente competitividade que deixa
para trás aqueles que por qualquer motivo não se conseguiram manter
atualizados. Para Hargreaves, a sociedade do conhecimento é uma sociedade de
aprendizagem ao longo da vida. O sucesso económico e uma cultura de inovação
contínua dependem da capacidade dos trabalhadores quererem aprender acerca de
si próprios e uns com os outros. Uma economia do conhecimento não funciona a
partir da força das máquinas, mas a partir da força do cérebro, do poder de
pensar, aprender e inovar.
Nisto, a escola e os professores possuem um papel
determinante quer na criação de estratégias de motivação quer na própria
promoção de oportunidades que permitam o envolvimento e a inclusão dos jovens.
A mobilidade da população, no espaço europeu, é outra
realidade da qual não podemos nem devemos alhear-nos. É importante que se
definam competências a nível global que permitam esta circulação mas a
definição das estratégias e o timing de execução devem ser definidos por cada
um dos estados membros. Para atingir o equilíbrio, a sociedade não pode
continuar a ser manipulada pelo poder económico.
Para melhorar as competências para o século XXI, importa:
•Dar a todos os alunos as competências de que necessitam para a vida.
•Garantir uma aprendizagem de alta qualidade a todos os estudantes.
•Melhorar a qualidade do pessoal docente e
não docente.
Quando em 2000, a Estratégia de Lisboa foi
definida, a conjuntura económica era diferente da atual, a crise da dívida
soberana não era expectável. Os Estados Membros propunham que se reforçasse a importância atribuída à
Educação e ao seu papel no desenvolvimento global das sociedades e se adaptasse
os sistemas de educação e formação às exigências de uma sociedade baseada no
conhecimento. Atualmente, já não existem recursos financeiros para dar
cumprimento ao estabelecido há doze anos porque foram gastos ao desbarato em
relatórios e comissões de estudo. Com a definição do Quadro de Referência Europeu das
Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida era suposto serem
tomadas medidas para efetivar as medidas que preconizava para construir uma
sociedade do conhecimento mais democrática, solidária, tolerante, esbatendo as
diferenças entre os Estados Membros e contribuindo para uma maior coesão
social.
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