quinta-feira, 29 de março de 2012


Ficha de leitura

Titulo: Sobre o conceito de “Sistema”
Autor: RAMOS, C.
Data:2007

“Sistema”
(Deriva do grego sustêma e significa conjunto coerente.)

A grande aventura intelectual do final do séc. XX terá sido a descoberta da complexidade do mundo que nos rodeia.
Complexidade dos sistemas:
- naturais,
- das sociedades humanas,
- dos organismos artificiais ( sistemas económicos, políticos e sociais).

Exemplos de definições de sistema:

 Saussure -  uma totalidade organizada, formada por elementos solidários que não podem ser definidos uns em relação aos outros, senão em função do seu lugar nessa totalidade.

Jacques Lesourne - "um sistema é um conjunto de elementos ligado por um conjunto de relações".

Von Bertalanffly -  um conjunto de unidades em inter-relações mútuas”.

(Estas três definições colocam a tónica nas noções de inter-relação e de totalidade.)


 Rosnay - “conjunto de elementos em inter-acção dinâmica, organizados em função de um fim”.

Ladrière -  “objecto complexo formado de componentes distintas ligadas entre elas por um certo número de relações.

 Edgar Morin- unidade global organizada de inter- relações entre elementos, acções ou indivíduos”.


(Estas três definições para “sistema”, colocam o acento tónico sobre outras noções complementares).


O sistema educativo português compreende todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar ao ensino superior e não se pode alhear da evolução verificada a nível social.
A educação e a formação profissional constituem um processo integrado, que tem vindo a ser reforçado e operacionalizado pela reforma do sistema educativo, baseado numa estratégia de inovação e formação ao longo da vida como suporte do desenvolvimento económico e social.
A autonomia das escolas constitui-se como uma prioridade neste contexto, enquanto espaço concreto das aprendizagens individuais, através da concretização dos objetivos do sistema educativo e por intermédio de projeto próprios.
Para a escola confluem todas as intervenções, de todas as estruturas que compõem o sistema educativo e é a escola que transforma essas intervenções em serviços educativos para os alunos e respetivas famílias.
O sistema educativo português está bem classificado internacionalmente em relação ao investimento per capita mas mal, quanto aos resultados.
A principal questão não reside na falta de recursos mas na organização dos mesmos.
A falta de estabilidade dos programas e dos corpos docentes e a escassa participação das famílias atuam como fatores bloqueadores do sistema.
A sociedade apresenta atualmente algum descrédito em relação ao sistema educativo, devido às sucessivas experiencias/ensaios de novas soluções e ao cansaço público dai resultante.
Para que a missão de coesão social e desenvolvimento humano tenha sucesso, o sistema educativo português tem de se desenvolver com a participação ativa da sociedade portuguesa e dos seus principais atores- os professores.
Só será possível superar este desafio com o envolvimento de todos (sociedade e professores).
Sem envolvimento dos intervenientes, esta mudança está condenada ao fracasso.

Ficha de leitura

Titulo: Aspetos contextuais dos Sistemas Educativos
Autor: RAMOS, C.
Data:2007

Resumo

A educação cria vínculos entre as pessoas com origem em referências comuns e tem como principal objetivo o desenvolvimento do ser humano na sua dimensão social.
Os diferentes modos de socialização tem apresentado dificuldades em fazer passarmos as mensagens, por esse motivo os sistemas educativos estão a ser solicitados em simultâneo para que desempenhem essa tarefa, nomeadamente quanto ao respeito pela diversidade humana e à necessidade de aplicar regras comuns.
Na 2ª metade do séc. XX assistiu-se a um forte desenvolvimento económico nos países mais desenvolvidos que não acompanhou o respectivo desenvolvimento humano.
A consciencialização desta discrepância e das limitações do atual modelo de crescimento económico tem gerado muitas desigualdades, motivadas por ritmos de progressão muito diferentes entre países ou regiões mundiais. Esta situação está a levar a que atualmente a educação seja pensada mais em termos de desenvolvimento humano e menos nas perspectivas económica.
No entanto existem alguns aspetos a considerar:
1º Aspeto:
- O rápido e crescente progresso tecnológico, a quantidade de informações disponível e a velocidade a que se propaga, exigem mais competências intelectuais e cognitivas.
A consequência para os sistemas educativos é a crescente necessidade de formação das pessoas para a inovação e consequente progresso tecnológico, com capacidade de evolução e adaptação a um ambiente em constante mudança, assim como agir proactivamente e antecipar a iniciativa sobre estas transformações.
Numa economia em rápida transformação, a educação nunca poderá constituir um fatores de equidade, enquanto persistir o empobrecimento dos países menos desenvolvidos.
2º Aspeto:
A participação das mulheres na educação ainda é muito reduzida, apesar de se verificar um aumento da alfabetização. A desigualdade entre homens e mulheres continua a ser muito elevada, sobretudo em países desenvolvidos.
A educação desempenha um papel crucial na formação das mulheres devido à sua correlação com a melhoria geral da saúde e à nutrição das populações.
O crescimento económico tem-se revelado incapaz de garantir o crescimento humano.
3 º Aspeto:
A educação por sua vez pode dotar a humanidade de ferramentas que lhe permitam controlar o seu próprio desenvolvimento.
Foi neste enquadramento que surgiu o conceito de escolaridade básica para todos. Esta deve conter todos os conhecimentos necessários para que os indivíduos possam ter acessos a níveis superiores de formação e proporcionar meios que lhes permitam modelar a sua vida e a participação na evolução da sociedade.
A educação básica é a fundamental, dotando as pessoas de conhecimentos e competências essenciais ao desenvolvimento humano, incluindo matérias como o meio ambiente, saúde e nutrição.
A educação assume uma missão humanista.
A estratégia educativa deve ter em conta a realidade e as circunstancias locais e agir em conformidade e coordenada.


Ideias Principais:

- O grande desafio da educação é o de tornar a diversidade num fator positivo de coesão e compreensão mutua entre os vários agentes envolvidos no processo educacional.
A formalidade de alguns sistemas educativos pode limitar o desenvolvimento pessoal, pela imposição de um modelo educativo único que não tem em conta a diversidade individual.

-Os sistemas educativos desempenham um papel crucial no processo de dinâmica social que habilita cada individuo a exercer os seus direitos e a observar os seus deveres de cidadania e pela consciencialização das vantagens de participação coletiva social.

- O desafio colocado aos sistemas educativos é o de evoluir privilegiando a imaginação, a criatividade, a comunicação e o trabalho em equipa, em oposição à prioridade que se tem dado ao conhecimento abstrato.
Este investimento contribuirá para que a educação não funcione como um fator de exclusão social, devido ao insucesso escolar que gera situações marginais na vida das sociedades.

Conclusão

 Para vencer estes desafios os sistemas educativos tem que ser flexíveis, ter capacidade de adaptação constante à mudança, ser proactivos e capazes de utilizar todas as possibilidades conferidas pelas tecnologias de informação e comunicação.
Tem que funcionar como elementos agregadores dos indivíduos, na perspectiva de enriquecimento dos saberes e no exercício de uma cidadania ativa.

sexta-feira, 9 de março de 2012


E-Portefólio, um  caminho para a aprendizagem

O e-portfólio é a identidade do individuo em transformação enquanto construtor do seu conhecimento.
A construção de um e-portefólio reflexivo apresenta-se como uma estratégia que se articula com o processo de formação contínua.
O E-Portefólio que estou a iniciar, funcionará como um diário de caminhada.
Nele registarei os conhecimentos que vou adquirindo na UC de Sistemas Educativos: Organização e Avaliação.


O portfolio reflexivo

O portfolio sendo uma estratégia que concretiza cabalmente esta nova filosofia constitui, por isso, uma narrativa de cariz reflexivo, que dá voz à pessoa do aluno que aprende, na medida da sua auto implicação no processo e na complexa e múltipla interação, que a relação entre aprender e ensinar pressupõe.
De um modo sempre inacabado e intencional o aprendente vai dando conta não apenas dos conteúdos que medeiam essa interação, como também dos significados e dos sentidos que ele mesmo atribui à informação com a qual interage.
Por sua vez, o formador tomando conhecimento da evolução do aluno pode dar, em tempo útil, dar informação apropriada, que reencaminhe os processos de desenvolvimento de cada aluno.
Na fase final de cada percurso formativo o portfolio, enquanto narrativa, mais ou menos longa, conta uma história de aprendizagem, pessoal e sempre única, que pode ser lida e, consequentemente avaliada, tendo como referência os objetivos e os conteúdos inscritos, desde o início, no respectivo programa de formação.
Nesta filosofia, os indicadores não existem enquanto receita prévia, de modo a ser possível, fora do respectivo processo, dizer quais são e qual a sua relevância.
Convém assinalar, no entanto que, se uma narrativa se desviar totalmente das questões científicas em estudo poderá ser muito fascinante na história que conta, mas insuficiente quanto aos objectivos de formação pressupostos.
Porém, é na deteção atempada dos desvios, que nesta nova perspectiva a intervenção do professor/formador faz e ganha sentido.

Excertos da Entrevista realizada por Beatriz Gomes Nadal (UEPG), Leonir Pessate Alves (PUC-SP) e
Silmara de Oliveira Gomes Papi (Faculdades Santa Amélia) para a revista Olhar de Professor, à Professora Idália Sá Chaves, 2004.





quinta-feira, 1 de março de 2012